Atriz comemora lançamento de livro, boa fase e projeto social, tudo junto e misturado
Por: Renata Rode | Fotos: Edu Rodrigues
Aos 45 anos Suzana Pires pode afirmar que a vida lhe presenteou porque acreditamos na velha máxima do quem colhe planta e o que ela tem feito, tem reverberado em sucesso. A artista que é formada em Filosofia pela PUC-RJ e em ShowRunner Drama Series pela MediaXChange, de Los Angeles, única atriz também autora titular na televisão brasileira, começou sua trajetória na TV como autora-roteirista para criação de projetos para TV a cabo. Um dos exemplos de sucesso foi o seriado “As Pegadoras”, dirigido por Cande Salles. Em 2008, foi convidada pela TV Globo para integrar seu quadro de autores-criadores estreando no gênero de variedades em programas como “Videoshow”. Depois passou pela área de humor, sendo colaboradora do seriado dominical “Os Caras de Pau” e chegando à dramaturgia diária em 2010, como coautora do escritor veterano Walther Negrão, com quem escreveu a novela Flor do Caribe. Em 2012 assinou em parceria a minissérie “Dama da Noite”, em 2014 e a novela “Sol Nascente”, em 2016. Atuou em muitas novelas como “A Regra do Jogo”, “Fina Estampa”, “Gabriela”, “Caras e Bocas” e nos seriados “A Grande Família”, “Minha Nada Mole Vida”, dentre outras produções. Foi premiada como melhor atriz no Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles em 2014, pelo seu trabalho como Tereza, no filme “A Grande Vitória”.
Diante de uma trajetória como essa, Suzana já poderia estar satisfeita, mas não. Mentes pensantes são inquietas (e que bom), tanto que ela é criadora do conteúdo e do método de empoderamento das mulheres “Dona de Si”. A artista é hoje uma voz potente sobre a luta feminina por igualdade na sociedade, em especial, no mercado de trabalho. De coluna, o projeto tornou-se uma marca, alinhada com as ações de diversidade, inclusão e empatia e é licenciada como texto semanal para a revista Vogue Brasil, como artigos femininos para diversas marcas; além da plataforma que alimenta uma rede de negócios entre mulheres. O braço de responsabilidade social tem suas ações através do Instituto que é um acelerador de talentos femininos. Para comemorar 4 anos de aceleração de talentos femininos com o método, a atriz lançou o livro de sua autoria “Dona de Si”, pela editora DVS. “Não se trata de uma biografia. É um livro biográfico. Ele é a explanação do método para que cada mulher se torne empreendedora da própria vida. E a cada etapa do método, uso passagens da minha vida profissional como exemplo. O método é aplicado na aceleração de mulheres do Instituto dona de si”, declara Suzana.
Radiante, ela comemora sua mais nova conquista: dar vida a uma vilã na série infantojuvenil “Magia de Aruna” da Disney, que estreia em breve. Diante de uma rotina repleta de compromissos, ela atendeu nosso pedido de entrevista mais que especialmente, e o bate-papo rendeu até uma informação exclusiva. Olha só!
O que é ser Dona de Si, não só no aspecto empreendedor, mas de saúde mental, mesmo, na sua opinião?
Ser dona de si é ser uma mulher livre e independente, que se vê como empreendedora de si mesma, levando sua vida adiante, sempre em direção a próxima etapa da sua caminhada. Não importa se é funcionária, dona do negócio ou concursada, uma dona de si sabe para onde está indo com sua vida. Para que isso seja alcançado é necessário que cada mulher cuide de si mesma, desde sua saúde física, passando pela mental e culminando na sua saúde financeira. Nesse caminho, ela angaria forças dentro de si mesma para transformar tudo o que for tóxico e fazer escolhas melhores.
O brasileiro não é um povo que costuma ler muito. Isso tem mudado nos últimos tempos?
Acredito que estamos vivendo uma sobrecarga de informações e as pessoas que estão atentas já começaram a abdicar disso e buscar conhecimento; ou seja, nos livros.
Como é dar vida a uma vilã em uma série da Disney?
Um sonho e uma aventura. Tudo junto. Um sonho porque era algo quase impossível, mas com a chegada de empresas como a Disney ao Brasil, provamos que somos capazes de uma entrega artística de excelência. E ser escolhida para um personagem tão icônico, foi uma coroação da minha carreira.
O filme “De perto ela não é normal” traz uma mensagem, aliás, várias mensagens subliminares. Como você escreveu, produziu e atuou no longa, explique pra gente.
Eu comecei pelo roteiro, adaptando a minha peça para a linguagem cinematográfica; depois precisei lutar contra a desconfiança do mercado se eu seria capaz de realizar um sucesso. Passado isso, consegui um produtor, investidor, um elenco estelar e uma equipe fabulosa. Eu só consigo realizar meus sonhos, porque me recuso a ouvir não. Tenho certeza que se eu ainda não ouvi um sim, é porque não cheguei no lugar certo. Foi assim que consegui: 5 anos de dedicação e crença absurda no meu trabalho.
De onde veio esse impulso de ajudar outras mulheres? Como você faz isso na prática?
Quando eu me tornei a primeira (e ainda única) atriz que também é autora de novela (séries e filmes) no Brasil, entendi o quanto uma mulher sofre para construir uma trajetória de vida e profissional própria. E se tudo aquilo estava acontecendo comigo, uma mulher cheia de privilégios, imagina com todas as outras. O instituto nasceu quando eu parei de olhar para as minhas dores como algo individual. Todos os meus desafios são vividos todos os dias por todas as mulheres. O instituto tem ações online e offline. Online é a nossa formação em Dona de Si, um curso criado por mim e pela Virginia de Gomez baseadas em neutralizar três dores femininas: sobrecarga, as opressões e a solidão. E temos os projetos offline que funcionam em diversas comunidades com formações técnicas distintas para mulheres.
A Infomente é uma revista que prega o exercício da mente mesmo, então, o que você faz no seu dia a dia para estimular a mente?
Terapia, mindfullness e exercício físico; sem essas três ações minha mente fica confusa e perco a clareza do caminho. Minha mente é o que mais cuido na minha vida.
Como filósofa formada, que dicas você pode dar para o equilíbrio da saúde mental que você mesma aplica em sua rotina?
Se conheça, se observe e se questione. Faça igual, mas faça diferente. Cada um de nós é um fenômeno a ser estudado por nós mesmos.
O que te preenche mais: escrever, atuar, produzir, ensinar? E por quê?
Atuar. Porque é o motor de tudo. Estar em cena acelera minha alegria que é o combustível para minha criatividade.
Conte um pouco sobre o Instituto Dona de Si e seus projetos sociais?
O Instituto Dona de Si está estruturado em três áreas: aceleração de talentos femininos, com a nossa formação; consultoria em diversidade para empresas e assistência social para mulheres em situação de vulnerabilidade financeira.
O que podemos esperar de novidades para o segundo semestre?
Vou seguir fazendo as palestras, vendendo o livro e escrevendo uma nova série. Mas, vou lançar um filme maravilhoso: O anel de Eva e essa é a notícia exclusiva para vocês.