Será que é TDAH?

Com certeza você já ouviu falar sobre o tal TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e o quanto esse transtorno de neurodesenvolvimento está elevado nos dias atuais, principalmente em crianças. Mas para iniciarmos nossa conversa, precisamos compreender que esse transtorno tem início na infância (com identificação comum na fase escolar) e pode persistir até a vida adulta com diferenças relacionadas à idade e ao sexo.

Mesmo com tanta literatura, estudos e evoluções nas pesquisas, é surpreendente como as pessoas ainda se baseiam em boatos e “achismos” sobre esse transtorno. A maioria das pessoas acredita que ele se resume à agitação e descontrole, mas não entendem que ele tem impactos diretos em todas as áreas da
vida humana, inclusive nos relacionamentos, nas finanças e na carreira profissional e como a vida com
TDAH sem consciência e tratamento pode ser difícil não só para a pessoa, mas para todos que convivem
com ela.

Mas, antes de concluir que esse transtorno é resultado apenas da atual sociedade, quero que você entenda que a hiperatividade e a impulsividade não é um diagnóstico novo – existem observações na literatura médica há 200 anos. E nessa evolução de estudos e raciocínios, esse quadro já foi considerado um dano cerebral precoce, uma síndrome de hiperatividade, distúrbio e só em 1987 o nome foi mudado para o que conhecemos hoje. Desde então, compreendemos que existem três tipos de TDAH: desatento, hiperativo e combinado e podemos resumir esse transtorno como uma condição comportamental que tem base biológica com reflexos nos sistemas de gerenciamento do cérebro – as funções executivas.

Mas, será que existe uma causa única para esse transtorno? A resposta é não! Não existe apenas uma causa para o TDAH, mas sim fatores combinados ou não que podem estar relacionados ao seu desenvolvimento. O principal fator é o genético (herança), mas também pode ser desenvolvido por lesões cerebrais, trauma recorrente, excesso de álcool ou drogas, fumo durante a gestação ou até mesmo por exposição acentuada a chumbo. Mas, entenda: nenhum cérebro TDAH é igual ao outro – cada pessoa tem um cérebro e experiências únicas, porém com algumas manifestações semelhantes dentre eles: agitação; movimento constante de partes do corpo; dificuldades de sono; dificuldade de foco.

Essas manifestações podem ser decorrentes de algumas características anatômicas e funcionais de um
cérebro com TDAH, já que ele apresenta áreas relacionadas à atenção, memória de trabalho, comportamento e emoções menores, mais finas e com ativação diminuída, além de ter um amadurecimento tardio (até três anos de diferença) no córtex pré-frontal. E para que o cérebro funcione corretamente, precisamos dos neurotransmissores (mensageiros do cérebro) e no caso do TDAH a dopamina (prazer, recompensa, motivação e satisfação), noraepinefrina (alerta, sono e energia) e glutamato (memoria, aprendizagem e agitação) são os que mais interferem nesse transtorno.

Diante disso, podemos concluir que em alguns cérebros TDAH não há mensageiros suficientes, ou seja,
eles têm níveis deficientes desses neurotransmissores e aumento de outros agentes químicos que são responsáveis pela dificuldade de prestar atenção e de gerenciar sentimentos, pela energia em excesso e pelas dificuldades com o sono. Portanto, se você apresenta esse diagnóstico ou conhece alguém, não se desespere! Há solução para a melhora da sua vida – procure profissionais habilitados para administração de ativos que irão corrigir a rota bioquímica do cérebro e profissionais capacitados para uma terapia de resultados.

Por Marcos Pereta
Psicoterapeuta com pós-graduação em Nutrição Clínica Ortomolecular, pós-graduação em Neurociência e especialização em Teoria da Inteligência Multifocal e Gestão da Emoção.
@m.pereta
www.mpereta.com.br

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