Heloisa Périssé: aclamada pelo público e aplaudida pela vida, atriz fala sobre superação, com humor e coragem

Em cartaz no Teatro Unimed, artista lota sessões com texto próprio em “A Iluminada” após ter vencido um raro tipo de câncer

Por: Renata Rode
Fotos: @andrewanderley / Beleza: @ewertonpacheco / Hair: @jclerr / Stylist: @antoniofrajado

Ela atravessou duas pandemias: uma particular e a outra, mundial. Heloisa Périssé já era um furacão de talento antes de passar por isso, agora, então, ela segue renovada, ousada e, porque não dizer, renascida? Após vencer um câncer raro nas glândulas salivares e falar sobre sua luta nas redes sociais, a artista estreia “A Iluminada” em solo paulistano e o sucesso é tamanho, que o Teatro Unimed precisou abrir novos horários. Apostando na sua intuição e acreditando que o momento pedia que levasse para as pessoas palavras de otimismo, ela iniciou o texto em agosto de 2021 e, em 20 de outubro do mesmo ano, estreou em Lisboa, no Teatro Tivoli, abrindo a programação teatral do espaço, depois de quase dois anos fechado, com uma temporada de três semanas. Depois, seguiu em turnê pelo país, passando pelas cidades de Braga, Póvoa de Varzim e Porto.

Já em terra brasileira, a turnê também passou por Salvador, Brasília e Rio de Janeiro, sempre com grande sucesso, comprovando a grandeza do espetáculo e a aceitação do público, que sai do teatro transformado. “É um texto onde as pessoas saem leves, saem felizes, as pessoas liberam as suas crianças. E isso é muito bacana. O público de São Paulo é um público muito exigente, tem muitas alternativas, muitas opções. O povo do Rio de Janeiro é um povo muito animado, é um povo de uma cidade também muito alegre. Então, são duas coisas ao mesmo tempo parecidas, mas diferentes também. Porque o carioca, como ele é mais aberto, assim, ele é menos formal, até pela própria geografia da nossa cidade, né? É uma cidade mais balneária. Então, consequentemente, isso interfere na personalidade. E o paulista entende aquilo que ele está vendo. Então, meu pai sempre fala: minha filha, se suas peças fizerem sucesso em São Paulo, vão fazer no Brasil inteiro”, ela fala com exclusividade à revista.

No teatro, Heloisa dá vida a Tia Doro, uma palestrante motivacional apaixonante, que ela mesma diz que “peguei a m…. e fiz adubo” ou seja, que se superou. A personagem que foi batizada pelos pais de Dorotéia das Dores percebe que sua coleção de fracassos pode ser a fórmula de sucesso e se transforma. Quando questionamos a atriz sobre a densidade do texto, que ao mesmo tempo trata de superação com leveza, ela ensina ainda mais tendo como comparação a sua vitória na vida pessoal. “Quando as pessoas me perguntam o que mudou depois que eu passei pela doença, digo que não concordo com o pensamento de que as coisas mudaram. Não é assim que eu encaro, sabe? Eu tive a oportunidade de colocar em prática real a fé que eu sempre busquei. Mas eu não posso dizer que algo mudou no sentido de que eu virei outra pessoa. Não acho isso. Encarei como uma questão da vida que qualquer pessoa pode passar e que vai configurar na sua vida o que tiver que ser. Entendeu? Então, agradeço a Deus de poder estar aqui e tenho certeza que, se não fosse dessa forma, teria sido de outra forma que ele quisesse, então também pra mim estaria tudo bem para mim”, declara.

É claro que esta singela jornalista tinha que fazer a pergunta que parece clichê, mas que todo mundo gosta sempre de saber a resposta: será que o humor tem limites? E olha só a resposta única dela: “Acho que o humor tem limites sim,como tudo na vida, e acho muito interessante quando em alguns momentos a gente presencia portas se fechando para que outras portas possam se abrir, sabe? Às vezes, você está com olhar viciado em uma questão que por séculos foi dito que aquilo era muito bom e,de repente, aquilo acaba e você tem a oportunidade de descobrir coisas que são melhores ainda do que você havia pensado. Quando a gente sai da zona de conforto, somos obrigados a nos reinventar e voltar de forma melhor”.

Quem acompanhou a desenvoltura da atriz em tantos ângulos na televisão, não só em trabalhos audiovisuais como sua marcante participação no “Dança dos Famosos” que foi puro entretenimento e suor, agora, lendo esta matéria, percebe a fortaleza que é essa mulher, que é mais que exemplo – daí vem o nome de sua peça, que tira do escuro, que reacende a vida e faz rir e sorrir!

“A Iluminada”, escrita e estrelada por Heloisa Périssé, está em cartaz de sexta a domingo no Teatro Unimed, com duas sessões em todos os sábados de julho, às 17h e às 20h. Com direção de Mauro Farias e classificação 12 anos, os ingressos podem ser adquiridos pela internet e na bilheteria do teatro. A comédia fica em cartaz nesse teatro somente até o dia 30 de julho.

Qual é a diferença de encenar algo escrito por você e atuar no texto de outra pessoa?
O texto que eu escrevi, eu sei exatamente o que eu quero, o que eu estou buscando. E geralmente o texto de outras pessoas, às vezes eu levo… Eu tenho um tempo para poder descobrir a proposta. É diferente, né? E tem que entrar naquele universo.

Hoje você vive uma emoção ainda maior, estando em cena ao lado da filha, como é isso?
Eu já estive em cena com as minhas duas filhas na peça “Alice no País da Internet”. É uma emoção muito grande e poder ver seus filhos crescendo é uma bênção de Deus. Então, quando eu vou a um show da Antônia ou quando eu vejo a Luísa no teatro fazendo um texto dela, que ela produziu junto com a amiga, que elas fizeram as músicas e tudo, me faltam palavras…É quase impossível descrever a emoção que eu sinto, de verdade.

Sobre filhos, você declarou que cria as suas meninas para a vida, deixando por vezes que elas sofram algumas consequências. Como é isso?
Acho que é importante os filhos passarem por questões na vida que nem sempre são tão favoráveis porque isso faz parte. Até pra eles poderem dar valor a coisas favoráveis, entendeu? Então eu sempre digo a elas: eu não vou protagonizar a vida de vocês. Então eu fico no backstage, olhando, vendo o que elas precisam, mas também respeitando a vida delas, as opções delas, entendendo que isso faz parte do crescimento. A gente às vezes tira dos filhos a oportunidade de crescer porque não quer que eles sofram, mas, às vezes, ali naquele período de sofrimento é que eles vão descobrir coisas maravilhosas e importantíssimas para suas vidas.

Em uma entrevista recente, você revelou que está casada há 21 anos porque vocês se permitiram viver na realidade, nunca na hipocrisia. O segredo para estar junto é a admiração, além do amor?
O segredo de estar junto é isso: o amor, que você junta com a admiração, que você junta com a verdade. É preciso encarar os dois lados do marido, porque todos nós temos dois lados, um bom e um mal. A gente não pode esquecer que, quando fala de uma pessoa com o alguém que está conosco, estamos falando também de nós, porque um acaba fazendo parte do outro. Então, chega uma hora na vida que você percebe: ou você se harmoniza com esse lado das pessoas no geral ou você tem que mudar para o meio da floresta e não viver com ninguém. Porque todo mundo tem dois lados na vida, que é paradoxal e é preciso saber viver isso.

Na Infomente falamos em saúde mental. O que você faz hoje para ter saúde mental?
Para cuidar da saúde mental, eu faço um combo da saúde mental, corporal e espiritual. Eu não descarto nenhuma dessas. Eu faço minha ginástica, eu oro, eu medito, eu leio, eu rezo. E eu ponho em prática, em ato, as coisas que eu vou ao longo do caminho descobrindo, como saídas eficazes pra gente poder sobreviver aqui nesse mundo onde muitas vezes a gente não vai estar fazendo o que a gente quer, não vai estar com as pessoas que a gente quer e que a gente vai ter que continuar vivendo, descobrindo espaço e dando sentido às coisas que a gente está passando.

E para exercitar a mente, como você cuida disso?
Eu leio bastante. Isso é uma coisa que eu amo fazer. Então, pra minha saúde mental, eu leio.

Como foi a experiência no Dança dos Famosos? O que você tira de bom e de ruim dessa empreitada?
Eu amei participar da Dança dos Famosos. Acho que todo desafio na vida é válido, provoca a gente a ir a lugares que a gente ainda não foi e dali a gente vai descobrindo uma força nova dentro da gente. E eu adorei. Foi válido em todos os aspectos. É uma coisa que tomou meu tempo, mas que valeu cada segundo.

O que você tem a dizer sobre o sucesso de Cine Holliúdy? Teremos mais temporadas? Como é a brincadeira de se passar por homem?
Cine Holliúdy é um sucesso, porque esse sucesso começa nos bastidores. A gente ama fazer, o elenco se ama. Trabalhamos juntos desde 2017. Chegamos a morar todos juntos porque gravamos fora do Rio e, se Deus quiser, vai ter uma outra temporada? Ter feito esse papel de homem e mulher junto foi para mim um grande momento. Era uma coisa que eu nunca tinha feito, um papel de homem dessa forma e tudo de uma forma muito realista, muito trabalhada. Equipe de caracterização perfeita. Eu sou suspeita para falar do Cine, porque eu amo o Cine de cabo a rabo.

Seu próximo passo é dirigir um projeto escrito por você? Qual seu grande sonho profissional?
É dirigir um projeto feito por mim, mas o quê eu não sei ainda. Eu estou estudando, vendo ainda o que que eu vou fazer, mas é esse meu sonho: dirigir um texto meu.

Teatro Unimed
O Teatro Unimed está localizado em um dos pontos centrais da cidade de São Paulo: esquina da Rua Augusta com a Alameda Santos, a apenas uma quadra da Avenida Paulista e da estação de metrô Consolação. Sua programação é dedicada a espetáculos de alta qualidade, como o musical Lazarus, de David Bowie, com o qual o teatro abriu suas portas em agosto de 2019. Muito versátil, com o que existe de mais moderno em tecnologia cênica, ideal para espetáculos de teatro, música, dança, eventos, gravações e transmissões ao vivo, o Teatro Unimed é todo revestido em madeira, com 249 lugares, palco de 100 m², boca de cena com 12 m de largura e fosso para orquestra. Primeiro teatro criado por Isay Weinfeld, o Teatro Unimed ocupa o primeiro andar do sofisticado edifício projetado pelo arquiteto, o Santos Augusta, empreendimento da desenvolvedora Reud, combinação única de escritórios, café, restaurante e teatro, o que permite uma experiência completa, antes e depois de cada espetáculo. Elegante e integrado ao lobby no piso térreo, o Perseu Coffee House é a porta de entrada do Santos Augusta. Com mobiliário vintage original dos anos 1950 e 1960 assinado por grandes nomes do design como Zanine Caldas, Rino Levi e Carlo Hauner, e uma carta de cafés, comidinhas e drinks clássicos, é o lugar perfeito para encontros informais, desde um café da manhã até o happy hour. O Casimiro Ristorante, localizado no quarto andar do edifício, é uma iniciativa de um dos mais admirados e tradicionais restaurantes de São Paulo o Tatini, fruto da dedicação de três gerações de profissionais voltados para a gastronomia italiana de qualidade: Mario Tatini, Fabrizio Tatini e Thiago Tatini.

Serviço:
Heloisa Périssé na comédia “A Iluminada”

Teatro Unimed

Alameda Santos, 2159, Jardins, São Paulo

Curta temporada: até 30 de julho de 2023.

Horários: sextas, às 20h; sábados, duas  sessões, às 17h e às 20h; domingos, às 18h.

Ingressos: plateia – R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia-entrada) balcão – R$ 80 (inteira), e R$ 40 (meia-entrada).

CLIENTES UNIMED TÊM 50% DE DESCONTO COM APRESENTAÇÃO DA CARTEIRINHA.
DESCONTOS NÃO CUMULATIVOS.

Horários da bilheteria: sexta e sábado, das 12h30 às 20h30; domingos, das 10h30 às 18h30.

Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
Capacidade: 249 lugares
Gênero: comédia

Acessibilidade: ingressos para cadeirantes e acompanhantes podem ser reservados pelo e-mail contato@ teatrounimed.com.br

Estacionamento com manobrista: R$ 25,00 (primeira hora) + R$ 10,00 (por cada hora adicional)

Vendas pela internet: www.sympla.com.br/teatrounimed

ATENÇÃO: não será permitida a entrada na sala após o início do espetáculo, não havendo a devolução
de valores pagos ou troca de ingressos para outra data.

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