Câncer de próstata: é preciso estar alerta

Chama a atenção o número de diagnósticos desse tipo de câncer no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2012 eram esperados 60.180 novos casos de câncer de próstata, sendo esse tipo o segundo mais frequente entre homens no Brasil. O câncer de próstata é a segunda causa de morte em muitos países.

A próstata é uma glândula exclusiva dos homens, situada logo abaixo da bexiga, e é responsável por boa parte do líquido seminal.

O diagnóstico de câncer de próstata desperta medo e insegurança, uma vez que esse diagnóstico se relaciona com a disseminação da doença, o que poderia levar à morte, como também, implica na necessidade de mudança no comportamento sexual.

O pavor da disfunção sexual, ou seja, da impotência, seja essa passageira ou crônica, interfere na autoestima dos homens com esse diagnóstico, tornando-os fragilizados, levando à depressão, à ansiedade, à tristeza e à irritabilidade.

A condição de estruturar uma nova maneira de funcionamento sexual oposto daquele naturalmente aprendido, que possibilita poder, agressividade, iniciativa e capacidade erétil, é incrivelmente ameaçadora, mesmo que o episódio de estar vivo seja o mais fundamental.

O efeito psicológico pode ser traduzido pelo motivo dos homens, em geral, darem maior ênfase à sua condição sexual do que a outras realizações na sociedade, que poderiam também provocar autoestima, autoconceito e prazer.

Diante do tratamento, é irrefutável a necessidade de desenvolver outra identidade masculina, em que se inspire a junção entre sexo e afeto, um relacionamento por igual com um relacionamento afetivo, um modelo de comunicação, em que a confiança na aceitação desse homem como pessoa é essencial.

O triunfo do desenvolvimento dessa nova característica está diretamente relacionado à maneira de ver e ao interesse desse homem em elaborar-se para esse enfrentamento. É importante que os homens diagnosticados com câncer de próstata acreditem na possibilidade real de experimentar uma nova maneira de relacionamento sexual saudável, capaz de gerar muito prazer.

Por outro lado, a masculinidade não é algo dado, mas algo que costumeiramente se conquista. Para alguns, a edificação da masculinidade é conquistada por critérios de inseguranças provocadas principalmente pelo medo da homossexualidade e da impotência. Também se refere à projeção da identidade masculina, de maneira oposta, justamente o não cuidar de si, porque ser homem é ser poderoso e invencível.

Assim, o sofrimento, as limitações físicas, as incapacidades de ereção, a exaustão, o cansaço e o corte dos testículos, responsável pela produção de hormônio masculino, também influenciam a ejaculação, sendo algo muito contundente a ser considerado, e para muitos pode ter significado um fracasso diante de suas crenças diante da vida.

Desta forma, é importante salientar que, quando da descoberta do diagnóstico, faz o paciente voltar à cena da vida, estimulando pensamentos ligados ao medo ligado ao futuro. Preocupações constantes com a família, trabalho, finanças e vida social podem ocupar a mente logo após o diagnóstico.

O olhar à saúde do homem é integral. É preciso ir além do corpo e ter atenção de igual forma para o emocional. Para essa situação melhorar, é fundamental que as pessoas entendam a importância de estar com a saúde mental em dia. A informação tem contribuído para diminuir a dificuldade e o preconceito com a busca de tratamentos físicos e emocionais por parte deles.

Não podemos esquecer da família, que exerce um papel fundamental como forma tanto de apoio quanto de igual forma de apoiar-se, diante da estrutura do sofrimento e continuidade e sucesso do tratamento.

Portanto, não fique sozinho!

• Diante disso, fico a pensar em que saída propor ao enfrentar um quadro desta magnitude:

• A primeira coisa a se fazer é pensar que nem sempre somos capazes de dar conta sozinhos diante de uma notícia desta natureza.

• Elaborar uma lista de dúvidas e levar ao médico e a partir dele solicitar mais informações, inclusive sobre leituras mais relevantes.

• Busque pessoas que verdadeiramente gostem de você, busque bons vínculos. Dividir as suas angústias pode ser uma decisão acertada neste momento.

• Mantenha-se ativo, trabalhe, estude e tenha a convicção de que seu quadro é transitório e que as coisas vão dar certo, com toda a gama de tratamentos disponíveis que a ciência tem disponibilizado no momento.

• É um ótimo momento para você descobrir coisas que você não tinha alcance no seu dia a dia. A vida ensina por caminhos que não entendemos, mas que sempre será visto como crescimento e busca de um conhecimento sobre nós que agora vamos ter acesso.

• Busque amar-se mais, ou busque caminhos para se encontrar.

• Enfrente seus ressentimentos, pois é a partir daí que surge o caminho da sua cura interior.

Assim, tenho vontade muitas vezes de dizer como forma de tratamento e romper padrões e dizer para você, paciente.

Hábitos que ajudam no bem-estar e beneficiam a saúde mental após o tratamento:

Enquanto a psicoterapia ajuda a amenizar o impacto psicológico, a pessoa pode adotar formas de viver mais saudável que ajudem a manter a sua saúde e o bem-estar:

  • Praticar exercícios físicos ajuda a trabalhar dentro de si o medo, a ansiedade, a fadiga e a dor. Ajuda a melhorar a autoestima, o bem-estar emocional, a autoimagem, a sexualidade e a qualidade do sono.
  • Encontrar formas de se expressar através da música, pintura, desenho e, fundamentalmente, meditar. Pensar em si como pessoa e ter muita vontade de reconstruir tanto o tempo quanto o caminho da vida.
  • Liberte-se, busque nessa nova oportunidade que a vida lhe proporciona um motivo a mais para ser humano!

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