O Mutismo Seletivo (MS) é definido como um transtorno de ansiedade, no qual a criança apresenta incapacidade de falar e se comunicar em ambientes sociais selecionados, dados do DSM – 5 (APA, 2014) mostram que a prevalência do transtorno de mutismo seletivo varia entre 0,03 e 1% da população, desenvolvendo-se principalmente entre crianças de 3 à 5 anos, podendo persistir até a idade adulta. Geralmente, há um espaço de tempo considerável entre o momento em que o transtorno se manifesta e quando ele é diagnosticado, isto porque, ele somente é reconhecido quando a criança entra na escola, por volta dos cinco anos de idade, sendo este um dos motivos da dificuldade de se fazer o diagnóstico preciso do início. Para Elisa Neiva Vieira, psicóloga especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, as crianças com Mutismo Seletivo normalmente não se comunicam na escola, entretanto, elas tendem a se comunicar perfeitamente em ambientes em que elas se sentem confortáveis, como em suas casas. Assim, voltar às aulas após o período de férias pode ser
um processo complicado tanto para a criança ou adolescente com Mutismo Seletivo, quanto para os pais e professores. “É fundamental que a escola permita que os pais entrem com os filhos no espaço escolar, antes das aulas iniciarem. Estratégias comportamentais precisam ser definidas entre a família, o psicólogo e a escola para que a criança obtenha segurança”. O Instituto Mutismo Seletivo Brasil, administrado pela especialista, oferece ainda um guia psico-social direcionado aos educadores e às escolas, chamado GPS. Este guia, segundo Elisa, “pode beneficiar várias crianças e escolas”.