Educadora aponta que transtornos podem gerar problemas no futuro
A realidade é dura, mas deve ser enfrentada: vivemos em um mundo recheado de muita informação e com crianças e jovens estimulados de maneira incorreta, o que nos leva a um nível de dificuldade de aprendizagem elevado, devido a tantos transtornos e descompassos. Estudos indicam que aproximadamente 5 a 10% das crianças em idade escolar sofrem de dislexia, enquanto o TDAH afeta entre 3 e 7% dos estudantes, segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). No Brasil, muitos desses alunos não recebem o suporte adequado devido à falta de recursos especializados e à superlotação nas escolas públicas.
Para Viviane Kassner, consultora educacional e especialista em aprendizagem inclusiva, a falta de um modelo educacional centrado na aprendizagem adaptativa e inclusiva é determinante, e está com os dias contados. “Através de anos de imersão nesse problema desenvolvi uma estrutura que tem impacto direto tanto no desenvolvimento dos alunos quanto na inserção social. Sua aplicação não apenas melhora o desempenho acadêmico, mas também promove o bem-estar emocional, ajudando a criar um ambiente escolar acolhedor e estimulante”, explica.
De acordo com uma pesquisa do Instituto ABCD, a pandemia dificultou o desenvolvimento de crianças e jovens com transtornos de aprendizagem e criou um novo segmento de demanda, que exige adaptações urgentes. “É preciso que pais e instituições aceitem que cada estudante tem seu ritmo e a formatação de conteúdo se diferencia entre os alunos. Uma das formas de obter resultados positivos é exercer o uso de atividades práticas, jogos sensoriais e conexões com experiências cotidianas. Essas vivências permitem que os estudantes associem conhecimento com situações reais, aumentando a retenção e o engajamento”, detalha a palestrante.
Ao promover uma abordagem que respeita o ritmo de cada estudante, a metodologia inclusiva é reconhecida por criar um sistema educacional mais equitativo e sustentável. Ainda, pesquisas apontam que a adoção de práticas multissensoriais pode aumentar em até 30% desempenho de alunos com dificuldades de aprendizagem. “Nesse planejamento, professores e famílias trabalham em conjunto para garantir que cada estudante tenha um plano de ensino personalizado, com foco em seus pontos fortes e no desenvolvimento das áreas de maior dificuldade. Essa prática colaborativa tem mostrado resultados significativos, promovendo não apenas o aprendizado acadêmico, mas também desenvolvimento social e emocional dos alunos”.
As dicas de forma prática, pela especialista
A especialista ainda ensina dicas práticas que promovem o aprendizado e interação entre pais e filhos:
– leia com seus filhos e em voz alta: assim você poderá entender as dificuldades e “treinar” aptidões como a de falar em público e se expressar, além de melhorar o vocabulário;
– promova desafios entre vocês com jogos que temos na internet que desafiam o raciocínio e faça disso uma rotina gostosa em casa;
– brinque e entre no mundo deles: se insira na atmosfera deles e conecte sua criança com a deles, isso só traz boas lembranças e acolhimento;
– ao perceber dificuldades, procure ajuda profissional para diagnosticar corretamente objetivando melhor qualidade de vida de todos;
– mantenha diálogo com a escola e sugira mudanças para elevar o engajamento entre todos.