Patrícia Pugas é focada e sempre acreditou que teria sucesso. Como foi incentivada a correr muito atrás de seus sonhos, ela se orgulha do legado que constrói a cada dia. Desde 2016, a profissional é Diretora Executiva de Gestão de Pessoas da Magazine Luiza. Inclusive, em 2017, sob sua gestão, a empresa ficou na primeira colocação do ranking Great Place to Work – GPTW, lista que elege as melhores empresas para trabalhar do varejo brasileiro. O empreendimento também é conhecido por se destacar no trabalho de diversidade e inclusão quando o assunto é gestão de pessoa. Antes de construir a sólida carreira na área de gestão de pessoas, trabalhou na área jurídica já que se formou em Direito pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Direito Civil pelo Instituto Brasileiro de Estudos Jurídicos – IBEJ,mas se especializou em MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas. A coautora do livro ““Histórias de Executivos dos RHs Mais Admirados” dividiu um pouco de sua experiência conosco em uma entrevista exclusiva.
Que lição de vida você daria para alguém que te admira ou se espelha em você?
Antes de tudo, ser inspiração para alguém – embora me alegre muito – também me enche de responsabilidade. Você é responsável pelo que cativa, certo? Saber que minhas atitudes impactam pessoas só aumenta meu dever de continuar fazendo o meu melhor diariamente. Não sou de dar receitas, até porque acredito que há caminhos e possibilidades infinitas, porém, se eu puder compartilhar um aprendizado, é o de que foco e determinação não falham nunca. Percebo que, atualmente, muitas vezes isso tem faltado às pessoas. Conheço gente muito bem-preparada que, infelizmente,
não conseguiu ir além, exatamente por falta de focar no que queria ou de desistir nos primeiros entraves. Isso talvez seja o que mais me fez prosperar. E, por isso, sempre reforço tal aprendizado com meus times de trabalho e com as minhas filhas. Especialmente em tempos de tanta volatilidade, foco e determinação podem ser recursos poderosos.
Você se imaginou chegando no patamar que está em sua carreira?
Eu nunca desenhei exatamente a carreira que tenho hoje – ela aconteceu de maneira muito natural, mas, para falar bem a verdade, sempre acreditei que teria sucesso no que escolhesse fazer. Imagino que isso me tenha sido passado pela minha mãe, minha grande promotora de autoconfiança. Mas, se de um lado, ela me fazia acreditar que eu tinha a capacidade de chegar aonde quisesse, de outro me fazia entender que isso só aconteceria à custa de muita dedicação e empenho. Creio que, por isso, eu sempre tenha sido uma estudante e profissional altamente aplicada e o retorno veio naturalmente. De alguma forma, acredito que o retorno sempre vem, ainda que não traduzido exatamente em um cargo específico.
O que fez diferença em questão de valores que aprendeu na infância por exemplo, que aplica até hoje inclusive no mundo corporativo?
Desde minha infância sempre fui desafiada a achar soluções para tudo. Eu tenho quatro irmãs e problemas não faltavam em casa (risos). Talvez por isso, tenhamos sido treinadas a buscar soluções em todo conflito, em toda situação. Foco na solução é um aprendizado que eu levei para todas as áreas da vida.
Como se resolve isso? Como sair dessa situação?
Lamentar não é a resposta, ir em frente e encarar problemas como oportunidades sim. Graças a isso tudo, talvez eu seja hoje
uma grande “resolvedora” de problemas e isso seja um dos pontos mais fortes do meu perfil profissional.
O que você pode apresentar sobre inovação?
Acredito que a inovação normalmente advém de lugares totalmente improváveis, de eventos completamente inesperados. Com as minhas inspirações, não é diferente. Elas vêm de uma música, um filme, uma viagem, uma conversa, uma experiência ou atendimento que recebi em algum lugar. Eu me inspiro em absolutamente tudo e sempre relaciono o que vivo com
o meu trabalho. Penso que a receita da inovação está justamente em manter a cabeça aberta e em conectar pontos. Portanto, experimentar coisas novas e ampliar seu repertório de forma geral ajudarão muito a fazer com que os insights surjam no momento certo.
Que legado você quer deixar?
Na minha trajetória, sempre me preocupei muito mais com as diversas pequenas contribuições que poderia dar as pessoas com as quais me relaciono, do que em gerar impactos de grandes proporções para a humanidade. Acredito que sempre preciso deixar alguma contribuição, algum aprendizado, com quem cruzar o meu caminho. Cada conversa, conselho ou escuta, cada profissional que ajudei a formar, cada pessoa com a qual colaborei, cada problema que ajudei a resolver,
são marcas que estou deixando e é a soma disso tudo que faz a construção do meu legado. Muitas vezes, são pequenos impactos para quem faz a ação, mas algo de imenso valor para quem recebe. E nisso meu trabalho me ajuda muito, pois multiplica minha oportunidade de gerar esses impactos. Creio que, por isso mesmo, tenho tanto amor pelo trabalho.
Por Andréia Roma
CEO da Editora Leader, idealizadora de várias iniciativas, coordenadora de centenas de publicações e também influencer editorial @editoraleader