Marco Túlio Costa

Quando o propósito de vida é transformar carreiras e empresas, com o movimento de preparação de gestores pelo mundo

Por: Renata Rode Fotos: Divulgação

Quem diria que alguém poderia descobrir seu propósito de vida aos 33 anos de idade. Marco Túlio Costa é aprendizado em pessoa e sua trajetória mostra a sua evolução como ser humano e executivo que é. Da formação em Exatas conquistada
como Engenheiro e Físico à grande experiência de treinar mais de 40 mil profissionais em 19 países como professor e mentor. Com estudo inicialmente técnico, o executivo migrou para a área comportamental, quando atuou na liderança de equipes em obras de linhas de transmissão. Com pós em Psicologia Positiva, pós em Gestão Comercial, pós em Neurociências e Comportamento Humano, mestre em Administração e terminando um Doutorado em Neurociências, Marco equilibra a experiência técnica com a experiência na gestão de pessoas de maneira única. “São mais de 21 anos em atuação com Programação Neurolinguística com base sólida em Neurociências, que acaba sendo um diferencial marcante no mercado. Além disso, o fato de já ter atuado na parte técnica de diversas empresas em diferentes áreas traz um novo horizonte e aproximação para trabalhar com as pessoas, formando gestores em uma mudança constante corporativa
que acontece no mundo todo”, explica.

Sim, hoje o público atendido pelo profissional é vasto e podemos dizer que se divide entre atendimentos e treinamentos pessoais e profissionais. Tendo ocupado cargos de gerência e diretoria em empresas tais como Toshiba do Brasil, Asea Brow Boveri e Nansen instrumentos de precisão, tem experiência nacional e internacional em gestão de equipes. Master coach, Trainer em PNL e hipnoterapeuta, também auxilia muitas pessoas e empresas em processos de mudança. Atualmente é CEO do Instituto de Neurolinguística Empresarial, CMO da Neuroscience International Academy e tem como missão de vida ajudar pessoas e empresas a se desenvolverem cada vez mais.

Você auxilia um novo movimento no mundo corporativo que acontece de maneira global, certo?
Sim. Trata-se do movimento de preparação de gestores para que assumam uma posição de liderança muito maior e mais assertiva, que cria um elo na empresa entre colaborador e marca. É um trabalho de fidelização de pessoas sendo que em mais de 20 anos de carreira já treinei mais de 40 mil profissionais sem contar as aulas de liderança, de comunicação, neurociência, negociação, atendimento de mentoria, hipnoterapia, tanto individual quanto empresarial. Hoje as corporações
pensam em evoluir na gestão de pessoas tornando o colaborador um pedaço importante na conquista e consolidação da carreira.

Como foi descobrir o propósito de vida aos 33 anos de idade?
Avassalador em todos os sentidos, mas posso dizer que hoje, ao analisar toda minha história, vejo um desenvolvimento por trás de toda minha formação. Ter a base técnica em Exatas fez com que eu me aprofundasse na PNL e a Programação Neurolinguística é carente de base científica no Brasil. Fui evoluindo por estágios: primeiro vivenciei a formação na área técnica, depois tive um segundo estágio ao morar fora do País, ainda senti na pele o peso de uma Síndrome do Pânico
na terceira fase do meu desenvolvimento e por fim me reencontrei, no quarto estágio, ao virar um empreendedor de sucesso com foco no desenvolvimento humano. Ou seja, toda experiência que tive tanto pessoal como profissional, visto que já morei por algum tempo em 19 países da América do Sul e América Latina fez com que eu desenvolvesse ainda
mais o meu interesse pelo cenário pessoal, pela gestão humana, e aqui estou.

Já que falamos na Infomente sobre saúde mental, você pode nos contar um pouco sobre sua experiência com a Síndrome do Pânico?
Claro. Eu comecei com os sintomas em 2001. Percebi que não conseguia mais controlar algumas emoções e comecei a estranhar meu comportamento. Busquei em livros a explicação e fui durante um tempo um autodidata da Programação Neurolinguística, até que resolvi investir em formações e cursos para me especializar e ajudar as pessoas. Porque consegui me ajudar e queria que outros passassem pela experiência positiva que tive. E deu certo. Posso dizer que a Crise de Pânico
me deu um insight de mudança diária não porque eu não gostava do mundo corporativo, não é isso, sempre gostei do mundo corporativo, mas o insight de que quando eu comecei a me ajudar, a me tratar, era possível repassar isso a outras pessoas.

Fale um pouco sobre sua infância e que valores carrega até hoje que fazem diferença na tarefa de ensinar empresas e pessoas a evoluir.
Meu pai era médico e eu o acompanhava muito nos hospitais. Ele faleceu há quatro anos e posso dizer que como cardiologista, tinha um coração enorme, eu vi meu pai ajudar muita gente. Trago isso da infância e de minha criação: a cultura em ajudar o próximo, ter amor pelas pessoas, ter empatia. Tanto meu pai como minha mãe me ensinaram o respeito, valores, educação e ética de maneira muito assertiva.

Enquanto profissional reconhecido nacional e internacionalmente, como explica o uso cada vez mais benéfico da PNL em diversas áreas, por pessoas de segmentos distintos?
A PNL ainda não é muito conhecida no Brasil, posso dizer que lá fora ela é mais conhecida e respeitada que nacionalmente, mas isso vai mudar. Quando falamos em Programação Neurolinguística falamos de uma reprogramação de crenças e comportamentos. Como eu falo em aula, nós já estamos programados. A questão é que podemos e devemos potencializar o que temos de positivo e reprogramar alguns comandos que não são tão positivos assim. É sair do piloto automático e
tomarmos as rédeas da nossa vida. E por isso que ela é tão benéfica em qualquer segmento porque somos seres humanos que dependemos da evolução para construir, em todos os sentidos.

Para que as pessoas conheçam mais seus métodos de trabalho, como por exemplo a hipnoterapia pode ser empregada na trajetória profissional trazendo resultados positivos?
Utilizo um conjunto de técnicas com embasamento científico. Se falamos da PNL, ela surgiu na década de setenta, ela não tinha uma sustentação tão forte quanto existe hoje na Neurociência. Todos os meus métodos de trabalho estão apoiados na Neurociência, como a hipnoterapia, por exemplo, em que você esvazia o copo por baixo, ou seja, vai na raiz do problema, entende? Quando você esvazia um copo por cima, apenas despejando a água na pia, não busca o que pode formar de novo aquela água ou fazer transbordar. Quando o copo é esvaziado por baixo, você busca a raiz do problema e ele nunca volta porque é solucionado. Dentro do processo da Hipnoterapia, da PNL, quando nós acessamos o inconsciente e esvaziamos o copo por baixo, é como se fizéssemos uma reprogramação mesmo, uma releitura, que faz com que tudo melhore a partir daquele ponto resolvido. No Brasil ainda muitas pessoas tem medo do acesso ao inconsciente. Muitas pessoas tem medo de encarar de frente suas crenças, seus comportamentos e, dessa forma, com o medo de encarar, vivem no chamado “piloto automático”, na inércia, sem buscar muitas respostas ou evolução. A PNL e outras ferramentas fazem com que você desligue o piloto automático da sua vida e tenha controle, entendendo que existem decisões e escolhas a tomar. Assim você pode pilotar seu próprio avião para onde desejar, sem amarras, sem crenças limitantes, sem julgamentos.

Pode citar alguns cases interessantes em que a PNL foi peça-chave?
Hoje, empresas e pessoas estão se reprogramando a todo instante. Tenho muitos cases de sucesso, mas costumo dizer que cada caso é um caso. Tive uma aluna em Londrina que me marcou muito porque ela estava tão imersa em uma situação profissional que não conseguia enxergar o que estava a sua volta. Eu a auxiliei a ver isso fora do círculo e quando a “nuvem de fumaça” se dissipou e ela entendeu o papel de cada uma das pessoas envolvidas ali, a solução veio quase que automaticamente. Às vezes, apenas um movimento da forma como você olha o cenário e percebe, é suficiente para mudar a leitura de tudo. Em outra situação um aluno pegou uma das frases que eu falei na aula que foi: “qualquer pessoa ou situação só tem sobre você o poder que você concede a ela”. Então ele estava dando muita importância pra uma situação que ele
sabia que era complicada, que era muito difícil de resolver. Mas aquilo abriu os olhos dele e acabou fazendo com que ele tirasse um peso das costas já que a resolução do problema não dependia única e exclusivamente dele. Então imagine: uma frase que eu disse mudou a conduta de uma pessoa e fez com que ela sentisse aquilo que a incomodava de outra forma.
Ou seja, ganhei meu dia. Daí o poder da linguagem. Assim é com a palavra, assim como a pedra quando lançada não volta mais. Então daí a importância dessa missão de vida pra mim.

Se alguém fala: Estou triste
Você pode perguntar para esta pessoa: o que aconteceu para você ficar triste? Está é uma pergunta muito válida para entendermos o que está acontecendo. Para que você busque ampliar o mapa mental da pessoa, vamos fazer a seguinte pergunta: o que te faz feliz? Ou: O que deve acontecer para você ficar feliz? Perceba a mudança. Neste caso, a pessoa vai buscar a felicidade na mente dela. É isso que a PNL e a psicologia positiva nos trazem. Enxergarmos o melhor que existe naquele ser humano.

Como é equilibrar a experiência técnica com a experiência na gestão de pessoas de maneira única, afinal, são vários títulos e formação inclusive no exterior.
A vida me proporcionou aí a possibilidade de estudar no Brasil, fora do País e equilibrar a experiência técnica com a gestão de pessoas. Essa posição me dá a possibilidade de enxergar de uma forma mais clara alguns problemas, algumas situações
que as pessoas tem, que as empresas tem e eu posso trazer minha experiência. Tenho muito o que aprender ainda e sou uma pessoa que quero manter sempre o estado de fluxo porque precisamos de movimento para o desenvolvimento. Brinco
nas minhas palavras que água parada dá bicho, dá lodo, então precisamos estar em constante movimento. Quero conhecer mais empresas, casos de pessoas pra que eu possa aprofundar meu conhecimento, pra que eu possa estar a todo momento, como a psicologia fala, no estado em que possa perceber mais desafios, buscando novas competências pra resolver aqueles desafios. Então equilibrar essa experiência técnica com a experiência em gestão me faz estar a todo momento entregue.
Me faz a todo momento perceber a responsabilidade que eu tenho comigo e com as outras pessoas. Hoje meu trabalho principal se resume à mentoria para diretores e gerentes, eu treino líderes usando toda uma base de neurociência, para que eles vejam os colaboradores e os acompanhem, sendo testemunhas de todo o desenvolvimento deles e, mais do que isso, parceiros, sem prejudicar a escala de hierarquia. Pelo contrário, nos cases vemos que preparar gerentes e diretores gera um elo importante de fidelização e melhoria de clima organizacional e consequentemente a melhoria da produtividade. As
pessoas saem dos treinamentos com uma nova formação. O líder de hoje não vira só um líder do dia a dia, ele é um líder que cuida do dia a dia e cuida de um futuro com projeção de carreira. Vai muito além do que podemos imaginar.

A Infomente é uma revista que trata de saúde mental e atualmente, esse é um assunto mais que obrigatório nas grandes corporações. Como você como profissional pode auxiliar marcas e profissionais a conquistarem cada vez mais sucesso e equilíbrio?
É preciso parar de se preocupar com a vida do outro e olhar mais para si mesmo. Este exercício de autoconhecimento envolve buscar o máximo possível de um estado de presença: Costumo dizer que temos que nos livrar de lixos e bolhas mentais. Lixo mental é aquilo que aconteceu no seu passado e ainda está “sujando” sua vida no presente. Bolhas mentais são situações futuras que ainda não aconteceram e de nada adianta você se preocupar com estas situações, pois, a vida é probabilística e não determinística. Limpe seus lixos mentais e estoure suas bolhas mentais. Sim, saúde física e mental estão totalmente interligadas. A liberação hormonal nos explica isso. Se alimentamos nossa mente com pensamentos de paz, saúde e esperança e estamos conectados socialmente com pessoas queridas, a liberação de serotonina, ocitocina, dopamina e outros hormonios, farão com que você se sinta bem, tenha uma postura mais assertiva em relação a vida e com mais momentos de felicidade. Lembre-se: É a escolha que você faz. A energia que você gasta reclamando da vida é a mesma energia que você gasta buscando novas ações e mais propósito para sua vida.

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