De acordo com Tatiana de Moura, cirurgiã plástica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, não há uma regra geral sobre realizar ou não cirurgias reparadoras após a redução de estômago. “Quando um paciente vem após perda de muito peso, não existe uma indicação imediata para a reparadora. Indico em consultório que, qualquer cirurgia, só deve ser realizada quando a pessoa se incomoda com determinada região ou aparência. No caso específico da bariátrica, que, para mim, é um tratamento da obesidade, temos diversos perfis de pessoas. Tem aqueles que não fazem nenhuma intervenção após isso, outros que depois de muitos anos me procuram para fazer apenas uma coisa como mama ou abdômen ou apenas braço, não há um padrão porque cada corpo é de um jeito e cada paciente tem sua história, ritmo de vida e objetivos”, comenta a médica. A polêmica sobre a intervenção cirúrgica ganhou destaque na mídia depois que Jojo Todynho declarou que não vai realizar a reparadora em suas redes sociais. Como disse a especialista, cada caso deve ser avaliado de maneira exclusiva. “Nem sempre as cirurgias
reparadoras são necessárias, afinal, é preciso ver a necessidade de cada pessoa e estudar o processo. Creio que ainda é muito cedo para dizer como a artista vai ficar até porque ela só está no começo do pós, deve perder muito mais e há um tempo de espera entre os procedimentos para estabilização do organismo”, ensina a doutora. Ela ainda explica quais fatores podem influenciar o resultado positivo da intervenção. “A cirurgia reparadora não depende da idade, não depende do tipo de pele, não depende do histórico da paciente; depende exclusivamente de ter uma indicação médica para a cirurgia reparadora e ser um desejo da paciente, apenas isso. Obviamente, sabemos que a pele negra
geralmente tem mais colágeno, é mais firme, tem uma retração maior, mas também é uma pele que tem mais
chance de ter queloide, por ter mais uma questão relacionada a etnia porém respeitando todos os cuidados passados pelo cirurgião, a taxa de sucesso é enorme”. A médica ressalta que a cirurgia bariátrica é uma cirurgia para tratamento de uma doença grave, que é a obesidade, uma doença que tem altos riscos, altos índices de riscos no futuro, de insuficiência cardíaca, de apneia do sono, de infarto, de derrame, dentre outros problemas. “A bariátrica é uma alternativa para tratamento de uma obesidade grave ou uma obesidade que não é tão grave, mas que tem comorbidades envolvidas, como diabetes, hipertensão, problemas osteoarticulares, e a cirurgia plástica vem no sentido da melhora da qualidade de vida desses pacientes que trataram a obesidade, mas que possuem flacidez em diversas regiões do corpo. Ter flacidez não é uma doença”, enfatiza Tatiana.