Com o avanço da tecnologia e, principalmente, por conta da internet e das redes sociais, é comum estarmos conectados o tempo todo, seja interagindo, comprando, vendo e recebendo mensagens. Essa evolução não para e, ao meu ver, só tende a aumentar. O alerta repousa no excesso, que pode acarretar problemas de ordem social, moral e psicológica.
Hoje, é comum crianças ainda em seus carrinhos de bebês, em fase hipnótica, focadas na tela do celular do papai ou da mamãe. Acredito que essa postura seja o preço para se obter a tranquilidade e a paz em poder conduzir uma boa resenha, mas é preciso revermos nosso conceito.
A figura da alienação é comum no Direito de Família quando, por exemplo, o casal se separa e passam a utilizar os filhos como moeda de vingança contra o seu ex adverso. Todavia, esse formato migrou para a área da tecnologia digital e atinge, via de regra, as crianças.
O que é a alienação digital? Podemos definir a alienação digital como a incapacidade de agir e pensar por si próprio, cujas consequências agem na grande dependência ou exagero ao usar as tecnologias. Por sua vez, a expressão “alienação digital de crianças” pode se referir a várias preocupações relacionadas diretamente ao impacto da tecnologia digital na vida delas. Para isso, é preciso atentar-se para a raiz do problema: o excesso de tempo on-line.
O uso excessivo de dispositivos digitais pode levar à alienação social, em que as crianças, durante as interações do mundo virtual, perdem sua essência em se relacionar com o mundo real. Outro ponto importante é a exposição a conteúdos inadequados na internet, que pode ser prejudicial ao desenvolvimento emocional e psicológico das crianças.
O cyberbullying e a pressão social nas redes podem contribuir para problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Sem nos darmos conta, eles perdem habilidades sociais importantes, como a capacidade de se comunicar e de interagir de forma pessoal e efetiva. Além disso, crianças podem ser vítimas de exploração on-line, assédio ou outras formas de comportamento prejudicial se não houver supervisão adequada por parte dos pais ou responsáveis. O uso constante de dispositivos eletrônicos pode interferir no desenvolvimento cognitivo e físico.
Para abordar essas preocupações, é crucial que pais, educadores e responsáveis estejam cientes do tempo que as crianças passam on-line, monitorem o conteúdo ao qual estão expostas e promovam um equilíbrio saudável entre o mundo digital e as atividades off-line. Estabelecer limites de tempo, fornecer orientação sobre comportamento on-line seguro e promover uma comunicação aberta são estratégias importantes para mitigar os riscos associados à alienação digital de crianças.
Por outro lado, um bom exemplo de alienação e excesso de telas é o retrato do filme Wall-E, da Disney Pixar. No filme, os poucos humanos existentes já destruíram a Terra com poluição e lixo, e vivem em uma nave que navega à deriva no espaço em busca de vida e é toda controlada por robôs. Os humanos em si estão vivos, porém passam o dia todo em frente a uma tela interagindo com o mundo virtual, sentados ou deitados, comendo enquanto assistem algo. No filme, os humanos não andam, atividade física não existe ou sequer conhecem a palavra, seus afazeres são realizados por robôs, desde escovar os dentes até a colocação das roupas. Não interagem pessoalmente com outras pessoas e não fazem absolutamente nada mais. É claro que nos tempos atuais ninguém consegue viver sem as tecnologias, que tomaram papel de facilitadoras e, por que não dizer, quase uma extensão de nossos corpos, entretanto, não podemos nos tornar totalmente dependentes dela ao ponto de nos limitar a realizar atividades básicas sem o auxílio de um aparelho celular ou da internet.
Quais serão as consequências no futuro, se tivermos um futuro?! Somos livres, independentes e estamos no topo da cadeia alimentar, pois somos os únicos animais com capacidade nutrida por inteligência. Nossa inteligência é natural e divina, jamais explicada, portanto, não podemos nos curvar de algo em que a própria denominação traz em si o nome de “artificial”.
Não sejamos vencidos por esse mal que assola a humanidade. Façamos de nossos filhos homens e mulheres capazes de utilizar a tecnologia para superar barreiras, mas nunca de nos cercar por barreiras. Nossos filhos não estão em uma vitrine para comércio, são bens invioláveis e inalienáveis. Pense nisso!