A libido está ligada à dosagem hormonal e ao estado do seu corpo

Médico integrativo explica: “a questão do sexo é multifatorial”

Não há como negar: a vida sexual foi atingida pelo cenário atual e ainda mais na atmosfera pós-pandemia que estamos enfrentando. Para Enrique Lora, médico integrativo, a questão é muito mais profunda do que se imagina. Pesquisas conduzidas na Turquia, Itália, Índia e Estados Unidos em 2020 indicam um declínio na atividade sexual dos casais, assim como em atos individuais, em decorrência do lockdown. Mas os estudos vão além disso. “Sabemos que a discussão sobre libido é multifatorial, já que as questões de ansiedade e depressão acabam influenciando muito na produção de certos hormônios e isso interfere diretamente na vontade de ter relação, até na questão do orgasmo, da lubrificação e, em alguns casos, até na ereção. Quando a gente fala sobre reclusão, lembre-se que a gente está diminuindo a absorção de vitamina D, a gente tende a comer alimentos mais inflamatórios que reverberam diretamente na questão hormonal e em uma inflamação, em uma inflamação crônica, e em processo oxidativo, o que reverbera para não ter uma saúde social boa, em todos os sentidos”, alerta o especialista.

A baixa libido não está só associada a hormônios conhecidos como testosterona. De acordo com o médico, é preciso analisar além da alimentação, a rotina e o organismo do paciente. “Claro que temos hormônios que estão diretamente ligados com a falta de libido, com a falta de lubrificação, com a falta de ereção, dificuldade de chegar ao orgasmo, esses são os hormônios que muitas vezes temos dúvidas se são masculinos ou femininos. É o exemplo da testosterona, que é presente tanto em homens quanto mulheres. Claro, que muito mais em homens, isso não quer dizer que mulheres em certas circunstâncias não devam em sua insuficiência, não devam fazer a reposição. Assim como os hormônios femininos também para mulheres após a menopausa, são cruciais, para um equilíbrio, ele também reverbera na libido”, pondera.

Antigamente, os homens quando passavam dos 40 tinham um acentuado declínio hormonal. Hoje, essa idade foi reduzida. Por volta dos 25 a 30 anos já existe uma queda na reposição hormonal, pelo contexto inteiro, ambiental e orgânico que as pessoas enfrentam em sua rotina. Tendo em vista esse quadro, podemos afirmar que a reposição hormonal é sim uma das melhores opções e alternativas que temos não só para melhora da vida sexual, mas da vida como um todo.

É preciso, além de fazer acompanhamento médico de taxas, seguir uma boa alimentação e evitar a ansiedade. “Quando a gente entra no estado ansioso, na verdade nosso organismo está entrando em um estado de alerta. Nesse estado de alerta, o corpo trabalha para deixar a gente pronto para enfrentar esse estado de alerta, essas agressões, só que for de forma constante, o pico aquele momento se for algo mais constante começa a reagir de mecanismo pro inflamatório, e aí onde gera o distúrbio, gera envelhecimento, gera dificuldade de produzir hormônio. Esse estado de angústia, esse estado de alerta, que hoje é muito comum, nos termos após uma pandemia dessa é buscar equilíbrio em todos os pilares importantes em nossa vida. Fazer atividade física é extremamente importante, para trazer um bem-estar físico, pra trazer esse estado de relaxamento, tem a liberação de hormônios e traz esse relaxamento pra nossa mente. Uma alimentação não inflamatória nos traz um bom funcionamento gastrointestinal, que consequentemente reverbera na nossa mente, afinal o intestino é considerado o segundo cérebro. Enfim, é preciso que tudo esteja em harmonia para que o paciente possa produzir mais, dormir melhor, sentir-se bem e aproveitar a vida como um todo”, finaliza.