Segundo a “melhor” doutrina, Educação é um direito fundamental de todos, objetivando o desenvolvimento humano por meio do ensino e da aprendizagem, atrelado a desenvolver e potencializar a capacidade intelectual do indivíduo. Com efeito, constitui um processo único de aprendizagem associado às formações escolar, familiar e social e pode ser formal ou informal. Nos primórdios (risos) a infância foi diagnosticada como uma etapa de aprender se espalhou e, consequentemente criaram as escolas identificadas como lugares de aprendizado para o desenvolvimento para crianças. A filosofia da educação pública universal e obrigatória foi desenvolvida gradualmente no século 16, na Europa. Naquele período a ideia teve a adesão de muitos apoiadores, defensores de agendas próprias relativizando que as crianças deveriam aprender. Em verdade, toda volúpia daquela ideia de educação universal teve o seu gatilho deflagrado através das religiões, especialmente as protestantes. Inclusive, Martinho Lutero defendia que a salvação dependia exclusivamente da leitura individual das escrituras sagradas (vejo hoje que somente Deus pode realmente nos salvar). Para ele, cada pessoa deveria aprender a ler, pois as escrituras representavam a verdade absoluta e a salvação dependeria do entendimento das verdades, segundo pois, esse corolário não se perdeu em Lutero. Na metade do século 17, os EUA, especificamente em Massachussetts foi o primeiro estado onde se tornou a educação obrigatória, sob a égide de transformar as crianças em bons Puritanos. Me parece que foi justamente nesse trecho que a coisa degringolou. Como eu gostaria de poder ver Lutero nos tempos atuais. Podem imaginar a quantas anda a educação na atual conjuntura? Muitos não sabem, mesmo porque sequer têm o hábito da leitura, melhor, sequer possuem capacidade cognitiva de interpretar um texto por mais simples que seja. Se você está lendo esse artigo pode se considerar um anacrônico. Segundo estudos, há uma estimativa de que cerca de 29% da população brasileira seja analfabeta funcional (isso mesmo). Sem dúvidas os reflexos decorrem ao longo do tempo, pois esses sujeitos encontrarão dificuldades para conseguir um bom emprego, se qualificarem em alguma carreira e até mesmo em organizar a vida e as finanças pessoais. E não para por aí, 38% dos universitários brasileiros são considerados analfabetos funcionais, ou seja, são capazes de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações, acredita? Basta ligar em qualquer noticiário e logo nos deparamos com notícias de que o professor sofreu algum tipo de constrangimento por parte dos alunos. Bem, em que pese nossa narrativa, é importante abrirmos um parêntese, pois alguns professores sequer reúnem condições intelectual e social para lecionar, outros são dotados com o espírito marxista ou “canhoteiro” e não medem esforços para desviar a condução educacional das pobres vítimas, digo, crianças. Esses, em alto descalabro lançam sobre os alunos uma metralhadora de falsas narrativas de ordem socialistas e afirmam em sala de aula que viver sob o regime cubano é “bão” e devemos sempre dividir nossas riquezas com os menos desprovidos etc e tal. Tudo isso é válido, desde que não estivessem com um iphone 13 promax nas mãos e se deleitassem com frisantes alçados a preço de ouro, lagosta e outros desejos pra lá de capitalistas. Retomemos…Sempre em que posso defendo que o progresso de uma sociedade se dá através da educação. Dito isto, não cabe aos nossos governantes portarem-se como verdadeiras rendeiras sociais, costurando uma colcha de retalhos para tapar problemas dos quais podem ser resolvidos a partir das políticas públicas de responsabilidade e comprometimento. Devam formar cidadãos capazes em ser verdadeiros críticos e formadores de opinião pública, mas, acredito que isso não seja de interesse aos nossos políticos. A sociedade deveria se manter distante do assistencialismo de carteirinha que move esse país e nos torna tóxicos ao progresso. O professor precisa obter condições de trabalho, autoridade e suporte. Acredito, que com um ensino de qualidade, a médio e longo prazo podemos alavancar a emancipação intelectual da sociedade e nos tornar autossuficiente em termos de conquistas. Muito se defende sobre as minorias, mas, com uma educação de ponta teremos cidadãos livres e independentes capazes de defender de forma autônoma as diferenças existentes e, sobretudo, acabar com qualquer tipo de preconceito. Destarte, a base de uma sociedade independente e livre se dá através do respeito, onde cada qual não viola ou ultrapasse o direito alheio. Dessa forma, não haveria necessidade de imposição de regras e normas, pois seríamos capazes de manter esse diapasão de respeito. Os problemas enfrentados atualmente no ensino estão além do normal. Alunos em sala de aula portando armas, praticando chacinas, desrespeitando outros alunos e lançados a toda sorte que o submundo das escolas proporciona. Ah! E os professores?! Estes colocados a todo tipo de constrangimento, desrespeito, falta de suporte, quando não esbofeteados, agredidos e até “abatidos” pelas “vítimas da sociedade” segundo alguns “filósofos”. Não há como exigir de um professor resultados positivos se todo o seu entorno é uma correnteza de insucesso e fadiga! A metodologia aplicada desde os idos da década de 60 deram frutos ao longo do tempo, mas, a meu ver não foram adubados o suficiente para que pudesse evitar os frutos impróprios à sociedade. A quem defenda o método aplicado, porém, sou apenas um mero ignorante na acepção do tema e, portanto, deflagro o que visualizo no teatro da vida real. Tenho três fi lhos e todos foram educados através de exemplos, por sinal, outro dia, enquanto conversava com um amigo, meu filho caçula ao ser questionado por mim respondeu: “senhor?”. O amigo espantado me perguntou: “ele te chamou de senhor?” Como se essa atitude de me chamar de senhor fosse uma aberração!!! Eu lhe respondi que todos os meus filhos me tratam dessa maneira, assim como a qualquer outra pessoa que se passe por mais velha. Esse tipo de educação está “fora de moda”, mas, como sempre indago, sou démodé, pra não falar antiquado aos olhos dos “moderninhos”. Me vem a mente que a figura do “senhor” traz uma linha divisória entre o pai e o filho, não no sentido de separação ou distanciamento, contudo, faz com que nós, pais, sejamos próximos e o melhor parceiro de nossos filhos. Todavia, é preciso manter essa linha imaginária para que sirva de degrau, onde o filho deva entender que, apesar de próximo, deve manter o respeito com aquele que o ama incondicionalmente e representa a autoridade sobre sua prole. Já sei que vão aparecer os defensores dos “frascos e comprimidos” içando a bandeira da verdade em defesa de que você é autoritário e blá, blá, blá…Ter autoridade não representa sobrepor direitos ou se portar de maneira desrespeitosa. Na verdade é razão para impor regras a quem se ama, para que no futuro não sejamos lançados às barbáries do mau trato, do abandono, quiçá do esquecimento. Não raras vezes nos deparamos com crianças que aparentam deter mais autoridade que seus próprios pais. Pais que debruçados sob o manto do “amor” esquecem de ser pais, malgrado conseguem repassar algo proveitoso aos seus filhos, não possuem autoridade e, consequentemente são desprovidos de respeito por seus filhos. A política rasa de educação familiar se vale do “não desejo que meu filho passe pelo que passei”. Muitos pais deveriam retornar para a escola para aprenderem a aplicar na realidade a palavra “não” a seus filhos. Alguns princípios para forjar um bom cidadão é ensinar aos filhos a lidar com a derrota, decepção e a rejeição, pois caracterizam pessoas flexíveis. Assim podem evitar criarem pessoas extremamente frustradas quando sujeitas a rejeição ou mesmo a negação. Vale destacar que a vida irá impor inúmeros “nãos” a todo ser humano e, portanto, é preciso saber lidar com esses percalços que a vida nos atribuir. Receber um não nos proporciona a capacidade de desenvolver a resiliência para lidar com as dificuldades e desse modo conseguimos ir a vante, buscar aprimorar as deficiências, imperfeições e evoluir como profissional ou ser humano. Dessa forma devemos seguir o aprendizado provérbio oriental que diz: Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.
Por Dr. Émerson Tauyl
Advogado Criminalista, especializado em Direito Militar e Segurança Pública, com escritórios em São Paulo e Praia Grande @emerson_tauyl