De acordo com o “Projeto Além do Arco-Íris AfroReggae”, apenas 0,02% dos transgêneros estão na universidade, 72% não possuem o ensino médio e 56% o ensino fundamental. Outra pesquisa feita pelo Grupo Pela Vidda, no Rio de Janeiro, que entrevistou homens e mulheres transgêneros, revelou que metade dos entrevistados alegaram que amigos, professores e familiares são os principais agressores durante a formação.
O relatório ainda apontou que apenas 15% dos participantes relataram ter emprego com carteira assinada, enquanto 15,6% possuem trabalho autônomo formal e 27,2% são autônomos informais. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal já tinha reconhecido os crimes de homofobia e transfobia como racismo.
No mês de agosto, o STF reforçou a proteção às pessoas homossexuais e transexuais, uma vez que pelo 14º ano consecutivo o país foi considerado o que mais mata pessoas transgêneros do mundo. Dessa forma, ofensas diretas contra elas são punidas como injúria racial. Ou seja, quem for responsável por esses atos não terá direito a fiança, nem limite de tempo para responder judicialmente.
Mesmo com o avanço legal, a acompanhante do sexo, Morena Loveteli, não tem grandes expectativas para a comunidade no futuro: “Acredito que ainda vai demorar alguns anos para as pessoas pararem de querer saber o porquê de sermos quem somos. Toda vez que saio de dia, não vejo mulheres como eu.
Quando vou ao shopping no domingo à tarde, vejo famílias felizes, mas não vejo nenhuma travesti almoçando na praça de alimentação. Imagina você se arrumar pra sair, chegar no lugar e todos os olhares são para você, não importa qual roupa você está usando. É necessário ter muita coragem”.