Alguma vez você já se frustrou com as oscilações da vida? Quantas vezes você sentiu que a vida parece mais irracional do que racional? Eu também já passei por vários momentos que se tornaram grandes incógnitas e, em muitos deles, surgiu um excesso de pensamento futurista. Porém, sabemos que a maior parte dos eventos que criamos em nossa mente não vão acontecer e eles justamente vão abrir espaço para uma ansiedade que poderá gerar inúmeros desconfortos no dia a dia.
O grande ponto de virada nesses quadros é compreender que a vida é sim mais irracional do que racional, aliás muitas escolhas já foram tomadas antes mesmo de pensarmos nela – a nossa primeira comunicação com o mundo externo se faz de forma emocional para só depois ser processada pela região do neocórtex. Além disso, é necessário perceber que nesse movimento de altos e baixos sempre existirá um aprendizado envolvido tanto nos momentos “bons” quanto nos “ruins”. Dessa forma, conseguiremos gerenciar nossas emoções e, principalmente, gerenciar nossos pensamentos.
Não existe a possibilidade do “não pensar negativamente”, pois esse hábito faz parte de um sistema de defesa da nossa espécie, mas existe sim a possibilidade de tomar as rédeas da vida e definir quais pensamentos podem ou não permanecer. Álias, a mente humana opera no processo “pensamento-emoção-comportamento”. Em outras palavras, ao construirmos uma imagem mental (pensamento), estamos enviando inúmeras mensagens para o nosso organismo que irá prontamente liberar complexas substâncias (neurotransmissores, hormônios) que irão se tornar a matéria-prima para as emoções. A partir dessas emoções teremos algumas possibilidades de comportamento que normalmente, irão buscar a nossa sobrevivência (objetivo primário da vida humana).
E, refletindo sobre esse processo mental, podemos imaginar o impacto que estamos gerando no nosso organismo quando pensamos excessivamente no futuro e de forma “negativa”. E será que conseguiremos ter bons comportamentos e respostas em momento de estresse? A resposta é não! Inclusive, tomamos nossas piores decisões em momentos de estresse, pois o corpo está pronto para uma batalha e diante dela, provavelmente estaremos no “modo Rambo”. Assim, começamos a compreender porque algumas pessoas expressam comportamentos que até assustam e surpreendem os demais em alguns momentos da vida.
Portanto, quando estamos passando por momentos de dificuldades ou de grandes obstáculos em nossa vida precisamos ficar mais atentos do que nunca e principalmente, precisamos buscar “tempos de recuperação” para criarmos as estratégias corretas de resolução, mas desde que fora do foco de tensão. E como podemos sair do foco de estresse? Buscando silenciar quando muitos esperam um“grito” ou “explosão”, buscando refúgio na própria mente, dialogando consigo mesmo e utilizando das ferramentas que conhece para relaxar (música, dança, banho, leitura, filme etc). Ao buscar esse tempo de recuperação, você irá diminuir a intensidade de liberação de cortisol, adrenalina e no raepinefrina de seu corpo e conseguirá sair do campo de batalha para observar o terreno para avaliar os melhores passos. Dessa forma, você deixará de ser vítima do estresse (que, muitas vezes, nem é seu) e se tornará protagonista e autor da sua própria história.