Dra. Bianca Boura Bellini explica a explosão das mulheres na Medicina
No portal do Conselho Federal de Medicina, a matéria de 8 de dezembro de 2020 anuncia: “Em 20 anos, dobra o número de mulheres que exercem a Medicina no Brasil”. Os dados de demografia médica daquele ano mostram que os homens representam 53,4% da população de médicos, enquanto as mulheres completam com 46,6% a totalidade desses profissionais em nosso país. Não se pode negar o avanço neste campo de atuação profissional, que se deu tão rapidamente, em termos de miscigenação dos gêneros, nos últimos anos.
Dra. Bruna Serpa e seus aprendizados com o próximo
Estar em um meio com exemplos bem-sucedidos, perceber o comportamento dessas pessoas, como elas enfrentam a rotina, as dificuldades e comemoram suas conquistas, permite filtrar e escolher um caminho com mais discernimento, do que fazê-lo sozinho. Geralmente pensamos na família e amigos como modelos de caráter e valores, e são, sim, a base! Mas cada pessoa que passa na nossa trajetória é capaz de nos ensinar pelo exemplo, algumas atitudes que via como nobres e queria copiar estavam nos melhores profissionais com quem eu convivia: consistência, disciplina, pontualidade, fazer além do esperado ou solicitado, proatividade, ética, discrição, entusiasmo, humildade, busca contínua por aprendizado.
Dra. Carolina Covalski Porsch e sua lida com a morte
Minha maior dificuldade como médica é trabalhar com a morte dos pacientes. Acredito que todos os médicos que entram na faculdade por “gostar de gente” têm o medo de perder as pessoas para quem estão se dedicando; é necessário ter muita firmeza para restaurar emoções. Tive muitos professores inspiradores, mestres reais, que me levaram a amar ainda mais a Medicina. Alguns com uma visão mais romântica da profissão, outros, mais “práticos”, mas todos tiveram papel importante na minha formação.
Dra. Cláudia Gomes Padilla e o auxílio para criação de novas famílias
O que mais gosto na minha profissão é poder ajudar mulheres a vivenciarem a incrível experiência da maternidade. Desde o planejamento de uma gravidez futura com o congelamento de óvulos à construção de novas famílias, como ocorre com a maternidade solo e com casais homoafetivos,
a realização da maternidade para as mulheres que têm infertilidade e também a prevenção de doenças genéticas familiares com o uso de técnicas de diagnóstico genético pela fertilização in vitro.
Dra. Claudia Regina Ribeiro Talaga e o respeito ao SUS
A Medicina no Brasil, tanto no setor público como no privado, está passando por muitas transformações e entendo que temos problemas, mas com trabalho, responsabilidade e ações para ajudar as pacientes vamos seguindo no intuito de melhorar cada vez mais. Hoje não atuo mais no público, apenas no privado. Medicina de boa qualidade é cara no mundo todo. Nós temos o SUS, que pode melhorar sempre, mas pelo menos se precisarmos e não possuímos condições financeiras, temos para onde ir e buscar socorro. Precisamos melhorar nossas políticas públicas, melhorar a educação, a distribuição de renda… Temos muito que nos desenvolver ainda como país.
Dra. Cristina Ambrosio Salemi e seu trabalho na equidade
Saí da faculdade certa de que seria parteira, mas a vida de plantão é exaustiva para mim. Fazer pré-natal, em consultório, significa que a paciente precisa ter direito a médico externo para fazer seu parto. Questão complexa, hoje, com a saúde suplementar que assiste aos seus associados de maneira distinta! Tudo para todos é um conceito SUS, que engloba equidade, mas a maioria despreza, por não ter a menor ideia do quanto nosso país é único nessa assistência falha, pois é feita por pessoas, que dependem da administração e de seu próprio caráter, desviam propósito, insumos, verba… Atualmente, atuo também na parte administrativa.
Valéria Gerólamo conceitua sobre gestão médica
Gestão médica é um conjunto de estratégias de condução de negócios que busca melhores resultados, processos eficientes, controle financeiro, gerenciamento dos recursos humanos e materiais, atendimento a pacientes e tudo que for necessário para a manutenção do consultório ou clínica. Mesmo os pacientes sendo a prioridade, sabemos que gerenciar um consultório ou clínica vai muito além da consulta médica, são necessários muitos processos para que tudo funcione com eficiência e qualidade.
Dra. Aline do Lago e o sonho da sua mãe
Ética, presença e responsabilidade pautaram a minha primeira infância. Minha mãe, dona de um coração imenso, sempre sonhou em ser médica, mas na sua época foi impossível realizar seu sonho, devido às condições financeiras familiares, por isso, acabou se tornando psicóloga. Por certo tempo, teve uma escola de educação infantil com duas amigas, onde eu fui alfabetizada. Entretanto, percebendo a necessidade da presença dela conosco, decidiu por abdicar de sua profissão e se tornou Dra. Aline do Lago, 47, dona de casa, quando eu e a minha irmã fomos para primeira série no Colégio Arquidiocesano, em São Paulo.
Dra. Ana Ester Nogueira Pinto e sua visão das mulheres
Mulheres têm útero, gestam filhos, mas, sobretudo, gestam sentimentos, reflexões, soluções e posições que lhes são únicas. Seus espaços internos são os vazios essenciais à criatividade. Este é o maior aprendizado feminino. Descobrir e cultivar seu modelo único e exclusivo. Sair do lugar da falta e de estar sempre tentando cumprir o que esperam, para o lugar da criação. Criar seus próprios modelos. Criar o tecido de sustentação da grande rede de solidariedade e companheirismo e usá-lo para enfeitar a vida, sem ter que ser legitimada pelo outro. Deixar sua força interna iluminar o mundo.
Dra. Ana Maria Thomaz e suas verdades sobre a trajetória médica
A sociedade como um todo ainda crê na imagem de que todo médico tem um alto poder aquisitivo, o que não é uma realidade. Para mantermos uma vida confortável, precisamos de uma jornada de trabalho longa, árdua, com plantões estressantes que exigem muito do conhecimento médico, assim como demandam um preparo físico considerável, já que a privação de sono, dieta inadequada, entre outras contingências do serviço, lhe são inerentes, acarretando problemas graves de saúde. A vida
de um médico resume-se a “estudar para sempre”! Além de demandar dedicação e abdicação.
Dra. Bárbara Saviato e os aprendizados do pai
Entre as várias lições ao longo dos anos, aprendi que o provérbio usado pelo meu pai, “você vai colher o que plantar”, não é um determinante para todos, seja para um desfecho bom ou ruim. No meu
caso, felizmente colho bons frutos. Considero meu esforço e dedicação, contudo, não “plantei” sozinha. Desde o início pude contar com pessoas especiais, que me ajudaram de diversas formas. Sou
muito grata a todas e hoje tento, ao meu modo, retribuir o que recebi. Ser médico hoje é um grande desafio. Muitas mudanças, muitas adaptações, inclusive as tecnológicas.
Dra. Beatriz Rolim e a importância de olhar o ser humanos como único
“Cada ser é um universo”, ou seja, cada pessoa é única e exclusiva, e o processo de cura depende
da reação individual de cada organismo. Por isso, cada paciente recebe uma estratégia de tratamento moderna, levando em conta as necessidades e modo de vida do paciente, com ênfase na segurança e evidência científica, à qual também agrego algumas técnicas e metodologias que aperfeiçoei na minha prática clínica diária de pacientes satisfeitos. O meu plano de tratamento é dirigido
não somente para a doença em si, mas abrange todos os fatores do problema.
Trechos retirados do livro Mulheres na Medicina, da Editora Leader