A trajetória da Dra. Farah Nail Rosa Naufal cura e inspira, de verdade
Filha de Aureli e Jorge, nascida em São Paulo e criada em São Bernardo do Campo. Ela se intitula médica por natureza e cirurgiã por paixão e atende pelo nome de Farah Nail Rosa Naufal. Graduada em Medicina pelo Centro Universitário de Araraquara – UNIARA, tem especialização em Endoscopia Ginecológica e é obtentora do Registro de Qualificação de Especialista (RQE) pelo CREMESP, além de Membro Titular da SOBRACIL (Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica). Atuou por 10 anos na área de Ginecologia e Obstetrícia, e hoje se dedica à prática do atendimento ginecológico e cirurgia. Integrante do Núcleo de Endometriose do Hospital e Maternidade Brasil (RedeDor) e sócia desde 2015 da renomada Clínica Naufal, fundada em 1993 em São Bernardo do Campo, em São Paulo, a médica nos recebeu para uma entrevista exclusiva, que traz mais que informação, emprega lição de vida.
Qual foi o momento em sua carreira em que você se sentiu mais realizada?
Como médica, me sinto realizada em muitos momentos, principalmente quando percebo que as pacientes obtiveram sucesso no tratamento. Mas os momentos que me senti mais realizada profissionalmente foi quando tive esse reconhecimento pelo meu chefe, que me convidou a participar da equipe dele e me proporcionou a incrível jornada dentro da cirurgia robótica.
Quais os principais desafios e como você os supera?
Infelizmente alguns desafios são pelo fato de ser mulher, alguns médicos ainda duvidam da nossa capacidade intelectual, dificultando algumas condutas médicas e cirúrgicas. Já tive uns 3 ou 4 casos em que precisei fazer cirurgias de urgência e o anestesista se negou a fazer. Também já sofri essa mesma retaliação devido a minha idade ou por ser nova no serviço. Com o tempo e a maturidade, a gente acaba sabendo reverter essas situações.
Quais são os valores e princípios que guiam o seu trabalho na área da saúde?
Cresci vendo meu pai, ginecologista e obstetra também, contar sobre os casos de suas pacientes sempre de forma muito ética e respeitosa, com muito amor e cuidado. Acredito que aprendi com ele a tratar as pacientes da mesma forma, sendo humana e tendo empatia pelo próximo. Afinal, quem está passando com você é porque precisa e não porque quer, esse mesmo paciente tem dúvidas, medos e queixas. Se colocar no lugar dele, faz toda a diferença. Se eu fosse o paciente, gostaria de sair do consultório segura diante das questões expostas, por isso acho que a relação médico-paciente é fundamental.
Como você vê a importância da conexão entre a mente e corpo na promoção da saúde e do bem-estar?
Para mim, mente e corpo deveriam ser vistas sempre de forma unificada. Aquela velha frase: “Mente sã, corpo são” faz pleno sentido. Pensamentos e emoções tem grande influência sobre a forma como nós agimos e como nosso corpo responde, por exemplo, nossa rotina extenuante com longas horas de trabalho, alimentação irregular, privação de sono… afetam diretamente no que o nosso corpo sente (cansaço, indisposição, má digestão ou dores abdominais, irritabilidade…). Quanto antes tivermos consciência disso, melhor será nossa saúde e menos chances de doenças (de todos os tipos) nos abaterem.
Quais são as principais tendências e avanços que você observa na medicina e na área da saúde atualmente?
Cada vez mais percebemos a migração médica para os meios digitais (telemedicina, resultados de exames on-line, cirurgias robóticas…). Eu sou favorável a esses avanços, visto que médico e paciente se beneficiam deles. Nesse momento, estamos vivendo a era da AI (inteligência artificial) e cada vez mais ela vai entrar no território da medicina também, claro que devemos nos policiar e criar algumas barreiras para que o crescimento desenfreado não seja prejudicial, mas num geral, creio que só temos a ganhar com ela.
Como você lida com situações de estresse e pressão no ambiente de trabalho?
A experiência nos proporciona algo excepcional que é a tal da maturidade que comentei anteriormente. Com ela, tudo fica mais fácil. As situações que um dia foram complicadas, hoje não são tanto. É claro que não estou isenta de passar por situações novas ou de risco, mas entendo que tudo serve de aprendizado. Saber ouvir as experiências e casos de colegas médicos, também ajuda muito na tomada de decisões mais sábias e precisas.
Quais são as principais lições que você aprendeu ao longo da sua carreira?
Eu aprendi que todo o paciente tem uma história para contar que o fez chegar naquela situação ou doença, saber ouvi-lo é fundamental. Também aprendi que a medicina não é uma ciência exata, o que funciona com “fulano” pode não funcionar com “ciclano”, expor essa situação para o paciente ajuda na hora de decidir o melhor tratamento. Por último, explicar que o tratamento também depende do próprio paciente faz muita diferença, aqui entra a parte da necessidade do equilíbrio entre mente (paciente) e corpo (médico).
Qual é o impacto que você deseja causar na vida dos seus pacientes e como você busca alcançá-lo?
Como ginecologista com foco em cirurgias minimamente invasivas, quero que minhas pacientes tenham mais qualidade de vida e menos dor. Ter a ajuda de alguém para isso torna a jornada mais fácil. Essa é a minha missão!
Que conselho você daria para jovens profissionais que estão iniciando suas carreiras na área da saúde?
Minha dica é não tenha medo do futuro e de tudo que ele pode te proporcionar. Algumas portas se fecham para outras se abrirem. Acredite no seu potencial e procure sempre estar rodeado de médicos com boa reputação e que fazem um trabalho de forma ética. E lembre-se sempre de tratar os pacientes como se fossem alguém de sua família, pois de fato, eles são a família de alguém.
Por Larissa Roma
Idealizadora da coluna Rumo à Medicina, estudante e apaixonada por Medicina desde o primeiro suspiro, futura cirurgiã plástica e eterna aprendiz em busca pela cura, em todos os sentidos @larissaroma_dra