A especialista em Neurociência e comportamento humano, Camila Sponton, explica que, de modo geral, os conflitos, sejam eles pessoais ou ao nível global, iniciam pela luta em favor do nosso ego e crenças. “O ego refere-se à nossa autoimagem, à nossa identidade e ao nosso senso de valor. É natural que as pessoas queiram proteger e afirmar sua identidade e crenças, especialmente quando sentem que estão sob ataque. No nível individual, isso pode resultar em defensividade, recusa em admitir erros ou em mudar de opinião. No nível coletivo, esse desejo de proteger a identidade e o orgulho de um grupo pode levar a conflitos, especialmente, quando os grupos têm narrativas e crenças contrastantes. Em nosso cotidiano, os atritos resultantes da defesa de nossos egos e crenças são evidentes em desentendimentos familiares, tensões no local de trabalho, polarização política e, até mesmo, em debates online”, diz.
Para combater essa tendência, Camila considera algumas estratégias: “Invista no autoconhecimento pois entender a si e reconhecer quando o ego está influenciando suas reações, requer uma reflexão honesta e autoavaliação. Pratique a empatia, exerça uma comunicação eficaz, aprendendo a comunicar seus sentimentos e crenças sem ser agressivo ou defensivo. Ainda, aceite a imperfeição, já que todos cometem erros e busque o diálogo, ao invés de argumentar para “ganhar”. Por último, alimente a educação, considerando os diferentes pontos de vista e culturas; pratique o Mindfulness, técnicas como meditação e atenção plena e a reflexão para agir, dando a si um momento para respirar e pensar antes de responder, que pode evitar reações impulsivas movidas pelo ego.
Ao cultivar essas habilidades e abordagens, podemos melhor gerenciar nosso ego e reduzir atritos em nossas interações diárias. E, em um contexto mais amplo, promover esses valores na sociedade pode ajudar a mitigar conflitos maiores baseados em identidades e crenças”, finaliza Camila Sponton.
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