Anticoncepcional e Saúde Mental

Hoje, minha conversa é com você, mulher. E já iniciamos com algumas perguntas – você utiliza ou já
utilizou anticoncepcional? Você acredita que essa “pílula” representa a liberdade feminina? Claro que não podemos negar que essa abordagem que teve início nos anos 1960 teve uma importância
na alteração do comportamento sexual das mulheres, mas muitas delas ainda desconhecem os reais efeitos desses hormônios sintéticos em seus corpos que vão desde o aumento de cefaleias até o risco de trombose. E um desses efeitos para o organismo feminino é o desequilíbrio do sistema endócrino, ou seja, um desarranjo em toda a cascata hormonal natural que pode impactar negativamente na manutenção do peso e na libido, pois alteram a produção natural de hormônios na hipófise e na glândula adrenal – testosterona, cortisol e DHEA – e até mesmo gerando risco para AVC.

Em muitos casos, as recomendações dessas “pílulas” ocorrem desde a adolescência como tentativas
de tratamento para Síndrome do Ovário Policístico, disfunções da menstruação e até mesmo como impeditivo para possíveis gestações. Mas, ainda existem casos que essa abordagem é indicada para o controle de acnes, porém se esquecem de avaliar as reais mudanças hormonais e o perfil alimentar dessas jovens (que, na grande maioria, é carregado de produtos industrializados) e ainda existem diagnósticos com baixo índice de pesquisa e investigação de SOP a partir desses sintomas.

Mas, preciso que você entenda que a maioria desses hormônios sintéticos são similares e não bioidênticos e por conta disso, suas ligações com os receptores ocorrem de forma imperfeita gerando danos em longo prazo. São muitos os efeitos adversos possíveis que podemos citar, como: hipertensão; câncer; depressão; aumento do apetite; inchaço; aumento de peso; dores nos seios; constipação; diminuição da libido; alteração do humor; ansiedade; irritabilidade. Muitos desses efeitos acontecem porque essa prática terapêutica gera um aumento do estresse oxidativo no organismo feminino, diminui as ações antioxidantes e reduz os níveis de nutrientes essenciais à saúde física e mental, como: vitamina E, vitaminas do complexo B, CoQ10, magnésio, selênio, zinco, ácido fólico – impactando diretamente o funcionamento do cérebro e também da tireoide (muitas pacientes são diagnosticadas com quadros depressivos quando apresentam hipotireoidismo).

Você está conseguindo compreender a relação dos anticoncepcionais com a saúde mental feminina? Saiba que as mulheres apresentam naturalmente uma probabilidade maior de desenvolver depressão do que os homens, principalmente a partir da puberdade. Mas, compreenda também que o desenvolvimento desse desequilíbrio também está relacionado com o histórico familiar de transtornos, padrão de infância, traumas e/ou eventos com alta carga de estresse, substâncias ingeridas, outras doenças e o déficit de nutrientes importantes para o bom funcionamento cerebral, hormonal e de todo organismo.

E se você está utilizando essa abordagem terapêutica ou deseja iniciar, recomendo que procure um profissional habilitado para realizar todas as investigações necessárias. Mas, esteja ciente de todos os riscos e efeitos adversos e principalmente, inicie sua caminhada para saúde através de abordagens que realmente irão oferecer ao seu organismo o que ele precisa e que irão analisar de forma criteriosa as causas dos desconfortos e recomendar as melhores ferramentas para sua melhora. E por fim, eu lhe pergunto mulher: o anticoncepcional é uma dádiva de liberdade para as mulheres?

Por Marcos Pereta
Psicoterapeuta com pós-graduação em Nutrição Clínica Ortomolecular, pós-graduação em Neurociência e especialização em Teoria da Inteligência Multifocal e Gestão da Emoção.
@m.pereta
www.mpereta.com.br

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