Dra. Fatima Carneiro Fernandes conta que a Medicina é uma trajetória
“Considerando a trajetória médica, é estudo para a vida inteira. Cada especialidade com suas nuances, temos avanços tecnológicos, farmacológicos, novos protocolos. Atualização e estudo fazem parte de todas as profissões, mas na área médica é diária. Os estágios no exterior, conhecer outras instituições e serviços devem fazer parte da estratégia de todo estudante, graduação ou especialização.”
Dra. Juçara Cezario da Silva reflete que a Medicina é das mulheres
“O feminino na Medicina é uma conquista e a presença de uma mulher negra e periférica nesse universo é libertador! Na atualidade, o número de mulheres que ingressa na faculdade de Medicina vem crescendo, entretanto ainda encontramos poucas com as minhas especificidades, principalmente na academia, por isso a representatividade se faz necessária. Me sinto responsável por isso. “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”, frase de Angela Davis”.
Dra. Kathy Rezende Vilela ressalta os desafios da vida da mulher na Medicina
“Mas é bom ressaltar que a vida da mulher médica que decide formar uma família, com marido e filhos, não é muito glamorosa, muito pelo contrário, é cansativa, apesar de ser muito prazerosa. No meu caso, gerenciava minha casa, o consultório, atendia os pacientes, fazia cirurgia, era esposa, dona de casa, profissional, mãe e empresária… E esse papel multifunção precisa ser bem administrado, pois, senão, algo vai ser deixado de lado ou vai ser mal executado.”
Dra. Lauren Cristina Fialho Nether acredita em seus sonhos
“Minha meta é também trabalhar em uma organização voltada para projetos sociais que priorize a saúde mental. Quem tem sonhos ou metas que fazem vibrar o coração deve persistir até a grande conquista e, se o caminho for a Medicina, prepare-se para uma carreira maravilhosa, recompensante e repleta de emoções”.
Dra. Letícia Porciuncula e os desafios das mulheres na Medicina
“É notável que os homens ainda são maioria entre os médicos em atividade no Brasil, mas a diferença em relação às mulheres vem diminuindo ano a ano. Infelizmente, ainda existe algum tipo de discriminação na atuação das mulheres em todas as áreas. As formas são variadas, desde interrogar sobre suas competências, confundir com outros profissionais de equipe, até os próprios colegas profissionais causarem certo desconforto. Mais perceptível é a segregação em relação aos cargos de chefia, nas instituições de saúde, não por falta de desejo de ascensão profissional”.
Dra. Lívia Maia Lellis afirma que a Medicina afeta a humanidade
“Ilusório seria afirmar que a escalada enquanto humana não se deu – e se dá – junto à escalada cirúrgica. Quem sou e quem ainda quero ser como pessoa determinam, também, a cirurgiã do presente e do futuro. O exercício da Medicina pode afetar a humanidade do (a) médico (a), assim como a humanidade carreada pode interferir nos desígnios da profissão”.
Dra. Luana Oliveira sentiu na pele a discriminação
“A Medicina é ainda uma profissão elitizada, mas, graças às cotas raciais, a realidade parece estar mudando, claro, ainda longe do ideal. Na época em que ingressei na universidade, apenas pessoas brancas e ricas vindas de escolas particulares conseguiam cursar Medicina. Eu era uma das poucas exceções, primeiro por ser negra e depois por ter vindo de uma família comum, nada tradicional. Aos poucos fui me adaptando física e emocionalmente àquele novo mundo.”
Dra. Luciana Campos faz uma Medicina Integrativa
“Meu objetivo é fazer a Medicina que acredito: conhecer o meu cliente a fundo, iluminar suas decisões com a ciência, facilitar seus processos no cuidado da saúde, apoiá-lo nos momentos de dificuldade e comemorar com ele os sucessos. Procuro integrar à prática médica conhecimentos de Nutrição, Psicologia, Filosofia e Artes, que reconheço terem papel essencial no bem-estar do ser humano. Espero dessa forma servir honradamente a esse ofício que me permite “curar algumas vezes, aliviar quase sempre e confortar sempre”.
Dra. Mariana Lopes de Azeredo decidiu correr riscos
“Play it safe.” Em uma tradução pra lá de livre – e pra dentro do contexto para o qual eu gostaria de trazer vocês –, é algo como “não corra riscos”. Como mulher – e como uma mulher médica – eu escutei isso muitas vezes. Desde muito pequena, todas nós fomos, de uma forma ou outra e através de muitas experiências, quase que imperceptivelmente, condicionadas a tomar decisões que não só minimizassem a margem de erro, mas que – também – nos impediam indiretamente de aprender como é se destacar em alguma coisa. Na Medicina e na vida, não se arriscar é um grande erro. E, talvez, esse fosse o conselho que eu menos daria a alguma das minhas colegas mulheres”.
Dra. Melissa Machado acredita que as mulheres dominaram a medicina
“…o futuro da Medicina é feminino! As mulheres são a personificação de como deve ser a Medicina bem exercida: somos cuidado, empatia, coragem e persistência. E, por que não, também um pouco de insistência para quebrar os paradigmas de uma sociedade machista, não é mesmo? Então, lembre-se: Medicina é substantivo feminino”.
Dra. Natália Araújo: o hospital não é como as séries de TV
“Ao entrar na faculdade, queria ser a “Dra. House” dos seriados, diagnosticar casos difíceis e salvar vidas, como nas séries de emergência. Conforme avançamos em diferentes áreas, nos conectamos com algumas e descartamos outras por completo, ao vislumbrar a prática. Pode ser bastante surpreendente, cogitar o que jamais imaginamos e rever nossos objetivos. O fato é que muitos sofrem neste processo. Comigo não foi diferente. Há quem se desiluda com o que queria; há os que descobrem uma paixão repentina por uma especialidade e mudam e os que chegam ao fim da faculdade (ou da residência) ainda tentando se encontrar.”
Dra. Ohalis Fernandez aprendeu com a resiliência
“Sou cubana e me orgulho muito de ter tido uma infância cheia de desafios e adversidades, pois esta é a base que sempre precisei para ter força e seguir adiante. Quando estamos cansados ou quando temos que tomar decisões importantes, muitas vezes é nas lembranças de superação da infância que encontramos as respostas”.