A “evolução” da humanidade trouxe consigo inúmeros problemas de ordem social e patológica. Em verdade, muito se tem falado sobre o afastamento das pessoas de Deus, bem como a ausência de fé (seja ela qual for). Aqui me permito abrir um parêntese, entretanto, firmo cadência de que não há qualquer intenção de cunho preconceituoso de minha parte, mas, a relevância das conquistas das mulheres teve uma forte influência no instituto da família. Com a saída das mulheres de seus lares, a fim de desbravarem o mundo com suas respeitosas conquistas, trouxe reflexos significativos para a falência da família tradicional. Mas o assunto discorrido não será sobre família, porém, dos novos parâmetros utilizados pela sociedade, dos quais nem sempre possuem resultados esperados ou positivos quando o assunto gira na órbita do “politicamente correto”. Muitos não assumem, mas, todos nutrem o desejo de se encaixar num padrão, do qual, muitas vezes incapaz de se alcançar. Estamos falando da doença que assola o planeta, a Normose (é a tendência patológica para condicionar o próprio comportamento, por molde a seguir os trâmites e as normas de conduta socialmente estabelecidas, em prejuízo da autoexpressão pessoal e individual da pessoa, sobrevalorizando-se a opinião e a aceitação social dos outros). Recentes pesquisas indicam considerável alerta sobre a necessidade de um grande público, incluindo profissionais de um modo geral superarem as anomalias da normalidade, ou seja, comportamentos, hábitos, opiniões, atitudes, atribuído de consenso social e patogênico, que afeta em seus diversos graus de intensidades. Com efeito, esse tem sido o paradigma transdisciplinar emergente dos tempos atuais. Por via de consequência, podemos dar como exemplo, o sujeito “normal” como: belo, de bem com a vida, bem-sucedido, corpo esguio, sociável e livre de qualquer suspeita de estar passando por algum problema. Destarte, aquele que não se molda nesse formato ou padrão acaba adoecendo. É preciso se “normalizar” – o indivíduo deve buscar ser o que os outros esperam que seja, confuso não é verdade?! Consequentemente, outorgamos essa condição de poder sobre nossa vida a um sujeito chamado ‘coletividade abstrata’. Esse formato tem ganho espaço na sociedade, nos meios de comunicação e nas redes sociais onde criam ‘modelos de comportamento’ dos quais todos devem se adequar ou serão considerados ‘fora do padrão esperado’. Por certo, essa ‘coletividade abstrata’ é um factoide. Para tanto, as condições impostas exigem que você seja, muitas vezes, totalmente diferente do que realmente o é. Todavia, não há regra ou lei que imponha a determinada pessoa ser o que não deseje ser. Temos de ser nós mesmos e ponto. A Normose, oposta diametralmente aos padrões comportamentais impostos pela coletividade abstrata não é brincadeira. A doença possui alta capacidade de estimular a inveja, desejar o que não precisa, além de enaltecer a autodepreciação. O óbvio se torna uma cortina de fumaça impossibilitando o indivíduo de se desapegar das exigências fictícias apresentadas como o verdadeiro ‘padrão’. Basta uma pitada de autoestima e pronto, tudo estaria resolvido. Nesta esteira da ‘imbecilidade’, a sociedade em razão do seu afastamento de Deus e da família, passou a dar maior importância por conviver inserido em um ambiente virtual com regras institivamente tóxica e por vezes letais. O impulso por saber não estarmos adequados aos ‘padrões da coletividade abstrata’ estimulam o sentimento da angústia, pois não nos tornamos o que esperavam e com esse rótulo, muitos acabam desencadeando quadros de depressão, síndromes do pânico e outros tipos de patologias. A humanidade evoluiu significativamente, porém, ao que me parece, muitos não conseguiram ‘pernas’ para alcançar esse avanço e se fecharam em Nárnia (mundo fantástico criado pelo escritor Irlandês Clive Staples Lewis onde tudo é maravilhoso e lúdico). Sem dúvidas, a sociedade caminha a passos largos em termos de evolução científica e tecnológica, mas, a pergunta que faço é: Será que todos estão preparados para tanta evolução? Perder a sua originalidade ao ponto de se sujeitar a um ‘remodelamento abstrato’ imposto por um sujeito ‘coletivo abstrato’ é de cair o c… da nádega. Ao meu módico ver, é como o indivíduo se sujeitasse ao divórcio com o seu próprio caráter de uma maneira tão rasa e insípida. Precisamos estar no convívio coletivo, porém, no abstrato, somos seres dependentes de companhia, sempre vivemos em bando, ainda que um despontasse ser melhor em determinado assunto que o outro. Sempre fomos competitivos, ativos, criativos e determinados por emancipação e evolução. Por qual razão não nos debruçarmos sobre os ensinamentos do provérbio oriental: “Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes”. Viver sobre o manto das ilusões e desejos alheios é abdicar da sua própria identidade, é viver falseado no abismo da mentira de forma medíocre indesejável ao animal mais pérfido que existiu. Colocar-se nos trilhos da vida fraudulenta faz com que o indivíduo sofra até a morte. É preciso cada qual viver ao seu modo ainda que ocorram percalços, onde a dificuldade possa proporcionar as condições capazes de desenvolver a personalidade própria, estimulando a resiliência e a persistência, requisitos primordiais à evolução. Ademais, os ditadores desse ‘novo normal’ criaram esse formato e jogaram no lixo a sua fórmula, sem ao menos patentear o projeto, e sequer passaram a diante as suas reais intenções. Viver a vida é encontrar alegria nas pequenas coisas do dia a dia e valorizar cada momento como fosse único. Jamais se compare com os outros, cada pessoa tem sua própria jornada e seu tempo de evolução (pensador). Não se pode adoecer por algo que não exista, todavia, é importante ressaltar que podemos ser curados naquele a quem tudo é possível, Deus. Apesar da evolução humana é preciso cada qual buscar a sua a redenção, Deus habita em todos nós e, como nos diz o primeiro mandamento, é ele quem devemos amar sobre todas as coisas, pois o resto, é resto!
Dr. Émerson Tauyl
Advogado Criminalista, especializado em Direito Militar e Segurança Pública, com escritórios em São Paulo e Praia Grande.
@emerson_tauyl