Você já observou que a mesma sociedade que desenvolveu inúmeros artifícios de entretenimento e “diversão” está sofrendo demasiadamente com o aumento dos quadros de transtornos e desequilíbrios emocionais e também físicos? Será que ninguém está observando o rumo que estamos tomando enquanto espécie? Obrigamo-nos a sermos felizes o tempo todo, a sorrir o tempo todo, a trabalhar o tempo todo, a prosperar (principalmente no mundo digital) o tempo todo e caso existe uma folga na agenda, buscamos experiências que liberem um prazer intenso e momentâneo, afinal, “a vida não é para os fracos”, não é mesmo?
Porém, esse tipo de raciocínio me preocupa, principalmente, porque ele não está alicerçado em premissas responsáveis pela qualidade de vida ou pela saúde integral. Para ficar mais óbvio o risco que estamos vivendo, vamos imaginar o seguinte cenário: quanto você precisaria trabalhar para conquistar o mínimo de dinheiro para uma vida razoavelmente boa?
Perceba que para respondermos a essa pergunta, precisamos questionar o que seria uma “vida razoavelmente boa”. Quem ou o quê ditou esse parâmetro? Quantas pessoas você conhece que não conseguem compreender o porquê fizeram o que fizeram em suas vidas ou mesmo carregam inúmeros desconfortos pelo que deixaram de fazer?
Será que perdemos algum tipo de ligação? Será que nos perdemos no trilho do progresso e da tecnologia? Será que nos tornamos viciados em dopamina de tal forma que deixamos de viver a verdadeira vida?
Infelizmente, a maioria das pessoas está em busca de resoluções rápidas para suas dores e também para suas necessidades de prazer. Poucos querem deixar uma vida abarrotada de medicamentos (e não apenas os tarjados) e mudar os comportamentos do dia a dia, poucos acreditam conseguir viver sem um consultório psicológico semanal para tomar decisões ou superar suas próprias angústias e incertezas.
Onde vamos parar com esse modelo coletivo de pensamento, emoção e comportamento?
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