O Poder da História de Bibiana Carneiro

Mais de 25 anos como líder na gestão estratégica de empresas multi e nacionais

“Recentemente me deparei com um artigo sobre as diversas carreiras que desempenhamos durante a vida. Na minha geração, em média são três a quatro carreiras diferentes. Eu estou na minha quarta carreira e me pergunto qual será a quinta”, diz Bibiana Carneiro. Sim, ela tem muito a contar e realizar afinal, são mais de vinte e cinco anos em posições de liderança de empresas multinacionais, nacionais e familiares nos setores farmacêutico, de agronegócio e biotecnologia.

Atualmente, a executiva é conselheira de administração do CPB – Comitê Paraolímpico Brasileiro (2021-2023), Conselheira Fiscal Suplente da PETZ, Membro da Comissão de Conselheiros de Administração, Coordenadora do GTAgro dentro do IBGC, mentora do programa PIPE – Fapesp, mentora de startups da Liga Ventures, cursando o Mestrado Profissional em Inovação e Empreendedorismo (MPE-FEA-USP) e Country Manager da empresa Tecnovax do Brasil.

A trajetória consolidada em gestão estratégica de empresas com vivência de gestão de negócios e experiência em gestão financeira, além do planejamento empresarial, foco na captação de investimentos, otimização de resultados, retorno aos acionistas e governança da inovação, fazem de Bibiana Carneiro, uma profissional admirada.

 

Que lição de vida você daria para alguém que te admira?

É muito difícil dar uma lição de vida para outras pessoas, porque cada indivíduo é único em suas experiências, desejos e paixões. Para mim, destaco três características que me guaram durante a minha vida: curiosidade, networking e foco. A Curiosidade para seguir aprendendo com as pessoas que te rodeiam. Pessoas boas te ensinam a ser cada vez melhor, e as pessoas ruins te ensinam o que você não quer ser. Curiosidade para seguir aprendendo com os próprios erros, porque somos humanos e sim, cometemos erros mesmo acreditando que estamos fazendo o certo. Por fim curiosidade para entender coisas além do usual, do que gostamos ou do que o ensino formal nos oferece. Por que não aprender sobre abelhas, física dos planetas, empreendedorismo ou una nova língua? Eu realmente acredito que a vida é muito curta para aprender tanta coisa interessante que temos por aí. Em segundo lugar o networking, para além do profissional, mas como fonte de aprendizado, o que se liga com a curiosidade. Poderia trocar o networking por relações sociais, talvez. Tenho interesse pelas pessoas, apesar de adorar ficar sozinha. Também adoro minha própria companhia. Moro no meio do mato e isso não seria possível se não pudesse conviver com meus próprios pensamentos. Acredito que podemos achar um equilíbrio entre os dois momentos.

Por último, o foco no seu sonho. Existe uma parábola da tartaruga surda. Ao longo da competição, muitos desistiram porque ouviram palavras negativas. Só uma tartaruga venceu, pois era surda. Claro que concessões são necessárias durante um percurso, a vida não é uma linha reta, mas o sonho, que é diferente de desejo, deve guiar nossa trajetória.

Você se imaginou chegando no patamar que está em sua carreira?

No início não, tenho que reconhecer. Mas aos poucos fui percebendo que eu poderia contribuir com algo mais do que eu imaginava inicialmente. Procurei me atualizar em assuntos que desconhecia, fui conhecendo pessoas que acreditaram em mim e que me ajudaram de alguma forma. E assim, de degrau em degrau, cheguei aonde estou, mas ainda não cheguei ao topo.

O que fez diferença em questão de valores que aprendeu na infância por exemplo, que aplica até hoje inclusive no mundo corporativo?

Meu pai uma vez me disse que: no final, sempre dá certo, se não deu certo é porque ainda não chegou ao final. E minha mãe me dizia que a única coisa que não podemos mudar é a morte. Mas durante minha vida, aprendi que as pessoas devem vir em primeiro lugar, antes de qualquer coisa. Então eu me guio por esses três ensinamentos, e aparentemente está dando certo.

O que você pode apresentar sobre inovação?

Para mim, a inovação não é responsabilidade de uma única pessoa iluminada. Acredito que a inovação vem da diversidade de pensamentos, da junção de conhecimentos que levam a algo novo e inusitado. Multidisciplinaridade, diversidade e conhecimento levam á inovação. Ninguém precisa ser um gênio para ser inovador, mas podemos criar um ambiente propício à inovação.

Com base na sua experiência, o que você gostaria de destacar ainda?

Gostaria de destacar a importância da mentoria na minha vida profissional. Infelizmente descobri essa ferramenta há pouco tempo. Talvez esse negócio de ser um sapo surdo ajuda no foco, mas ter alguém disposto e interessado em te ajudar de forma genuína, ajuda muito. Não tenha vergonha de pedir uma mentoria por um tempo determinado. O mentor não é um psicólogo. Tenha um motivo claro para pedir uma mentoria de alguém que você admira e faça uma análise do que você pode agregar ao seu mentor também. A mentoria deve ser uma via de mão dupla.

Que legado você quer deixar?

Boa pergunta! Nunca tive a pretensão de mudar o mundo, não tenho vocação para política. Mas sempre quis melhorar a vida das pessoas à minha volta. Ou por um ambiente profissional agradável e justo, ou por proporcionar uma oportunidade de trabalho através do crescimento dos negócios que atuo.

Por outro lado, se pudermos influenciar positivamente a diversidade e a inserção de mais mulheres nos postos de poder e tomada de decisão, pode ser um bom legado. Mais um tijolinho na transformação da sociedade. Por isso participar como coautora do livro, “Mulheres no Conselho” e agora coordenando o livro, “Mulheres no Agronegócio”, podemos influenciar as próximas gerações a buscarem essas posições de poder, para melhorar o ambiente pela diversidade de pensamentos e multiplicidade de opiniões. Afinal, várias cabeças pensam melhor do que uma.

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