Luciano Szafir: Da vitória por 3 a 0 contra a Covid-19

Ele prova que persistência, fé e dedicação são ingredientes fundamentais na busca pelo sucesso

Depois de sobreviver ao coronavírus, mesmo tendo apenas 15% de chance de recuperação, ator celebra a vida e lança plataforma de market place de luxo

Por: Renata Rode | Fotos: Divulgação

Podemos dizer que a superação no papel de figura paterna, já que estamos em agosto, tem nome e sobrenome: Luciano Szafir. O ator e empresário praticamente renasceu depois de ter sido infectado pela Covid-19 por três vezes e tendo apenas 15% de chance de sobreviver. “Depois de sobreviver à Covid-19 por 3 vezes,
hoje, eu não procrastino absolutamente nada”, declara o modelo, pai, marido e cidadão engajado em projetos sociais.

A superação motivou Szafir a sair do isolamento pronto para investir em um novo negócio, inspirado pelo mercado on-line. Recuperado e mais forte do que nunca, ele está à frente do market place “Sua Compra Prime”, uma plataforma de luxo lançada há seis meses. “Estamos trabalhando no projeto há um pouco mais de 2 anos, mas a plataforma foi ao ar este ano, ou seja, ainda estamos no início da operação. A ideia surgiu no período que eu estava internado no hospital por conta da Covid-19, em conversas com meu sócio sobre o mercado de luxo e a possibilidade de realizar vendas on-line de produtos diferenciados. Na ocasião, percebemos que esse tipo de venda estava em ascendência, além de notarmos que as pessoas que tinham dinheiro não tinham acesso a determinados tipos de compra”, explica.

O negócio oferece desde produtos mais simples, como eletrodomésticos, até itens mais sofisticados, como carros de luxo ou barcos, sendo este o diferencial da marca. “Além de apresentar esse amplo leque de possibilidades de compra, oferecemos um serviço de entrega domiciliar tão eficiente quanto a exigência dos clientes. A marca tem a intenção de atingir a elite financeira do país e, assim, atender de forma prática e eficiente os desejos das classes altas.

A empresa entende que, ao vender produtos luxuosos, é importante conquistar a confiança da classe A do Brasil, por meio de um atendimento exclusivo e um pós-venda personalizado.” A empresa está em crescimento, sendo que seu investimento ultrapassa a casa dos R$ 5 milhões nesses primeiros 2 anos de implantação. Além disso, o negócio caminha para expansão, com aumento de aporte ao longo do período. Em relação à veia empreendedora, Luciano explica que sempre seguiu o exemplo da família. “Comecei a trabalhar aos 13 anos com o meu pai. Eu nem sonhava em ser artista naquela época. O mundo corporativo começou antes, pois o
meu pai trabalhava com diversas coisas na vida dele, comércio, indústria e empreendimentos imobiliários, só fez me dar bases e abrir os olhos ainda mais para
esse segmento”.

O mercado de luxo no Brasil tem suas projeções mesmo em meio a tempos difíceis. Esse segmento desponta forte para crescer alguns percentuais além. A receita total gerada por esse mercado no país chegou a US$ 5,2 bilhões em 2020 e a projeção é de um aumento de 3% até 2025. “O brasileiro tem algo que me preocupa, que é acreditar que ele terá prosperidade em um curto espaço de tempo. Ele acha que a empresa estará consolidada, que crescerá pelo que ele escuta falar, e não é assim. Acredito que temos que crescer degrau por degrau, de uma maneira sólida. Mas é claro que existem exceções; existem pessoas que estão no lugar certo e na hora certa com um devido preparo e pessoas para isso, mas é algo raro. Primeiro, temos que consolidar a base e, somente assim, crescermos”, opina.

Quando perguntamos se é preciso ser artista para ser empresário no Brasil, Szafir responde com convicção: “Acho que tem dois lados. Sempre foi muito difícil abrir negócio no Brasil, por conta da instabilidade, mão de obra… enfim, uma série de fatores. Costumo dizer que quem consegue vencer no Brasil, vence em qualquer lugar do mundo. Acho que até pela questão de não querer um resultado rápido, como o brasileiro quer, outros povos do mundo pensam em médio e longo prazos e o brasileiro não. Ele só pensa no curto prazo, o que, de certa maneira, atrapalha. Além da falta de instabilidade política e econômica, inflação altíssimas, juros, tudo isso mexe muito com o negócio. O momento atual é repleto de incertezas, porém acredito que o nosso setor ainda vai crescer muito”.

O icônico pai de Sasha Meneghel namorou a apresentadora Xuxa de 1997 a 1999. Juntos, tiveram a filha em 1998. Em 2011, começou a namorar a empresária Luhanna Melloni, com quem se casou em 2022. O casal tem dois filhos: David, de 9 ano, e Mikael, de 10 anos.

Você sofreu grande pressão por ser o pai de Sasha? Como vê a paternidade agora com seus outros filhos? Foi um aprendizado?
Eu nunca me preocupei com isso, então, nunca senti essa pressão. A paternidade sempre foi de extrema importância para mim. Ser pai é muito maior do que
qualquer reportagem ou alguma coisa assim. Acho que ser pai é a melhor coisa do mundo, então confesso que eu não me preocupei com isso. A diferença entre ter
sido pai da Sassá e do David e Mica é a geração, a idade que eu tinha. Naquela época, eu tinha menos experiência, porém muito mais vitalidade. Hoje, eu tenho me
nos vitalidade, mas vivo com uma tranquilidade maior por conta da maturidade. São dois momentos diferentes; nem melhor nem pior, os dois são maravilhosos.

Como é sua relação com Sasha, agora que ela é uma mulher adulta?
Hoje, a Sasha tem a vida própria, então não é a mesma proximidade que eu tenho em relação aos meus meninos. Mas isso não quer dizer que a relação seja
distante. A gente se fala praticamente todo dia – pelo menos eu tento, né? –, já que a agenda dela é muito corrida e a minha também. Mas sempre tentamos
encaixar de nos vermos e procuramos não deixar muito gap de tempo, até porque a gente não aguenta. Somos muito próximos, e ela é muito próxima aos irmãos.

Como é a relação dos seus filhos? Como é a convivência em família?
Para mim, a imagem que eu mais gosto é ver são os três brincando juntos. Geralmente, ela fica sentada aqui no chão de casa, com os dois em volta dela. Eles
brincam e jogam, fazem algum jogo, e ela ainda ensina sobre a vida, educando, falando. É muito gratificante ver como ela se preocupa com os irmãos e como os
três se amam. Para mim, é a melhor coisa do mundo. A Covid-19 marcou sua vida em vários sentidos e, de certo modo, podemos dizer que foi um renascimento.

Qual momento foi mais complexo para você?
Ah, tiveram vários momentos complexos. Eu tive situações muito delicadas. Literalmente, eu cheguei num limiar em que realmente poderia ter acontecido
o pior. Quando você está vivendo isso, e você sabe do real estado, é muito complicado. É necessária muita fé e sorte, além de ter bons médicos perto, mas foi muito
difícil. Então, o que resta é muita gratidão. Claro, você não sai de uma experiência dessa sem sequelas, medos, percepção de como a gente não é nada, e você passa
a rever seus conceitos e define o que realmente vale a pena na vida.

O que mudou na sua vida após essa superação? Você faz algo que não fazia antes?
Acho que a principal coisa que mudou em mim é o fato de que hoje eu não procrastino absolutamente nada. Estando cansado ou não, eu faço. Acho que existe em mim um medo inconsciente da fragilidade humana, da minha fragilidade, e a certeza de que eu não sei o dia de amanhã. Então, tento resolver tudo
que eu tenho para fazer no dia. Quando eu digo resolver, não é só trabalho. Eu tento dar todo o meu amor para as pessoas que estão próximas a mim.
Resolver as coisas do trabalho, sim. Falar as coisas que eu tenho que falar para as pessoas que eu tenho que falar. Ficar próximo dos meus filhos, da minha
mãe, dos meus irmãos, enfim, eu tento fazer com que o meu dia seja completo. Acordo cedo, vejo minha agenda, planejo tudo. E aprendi a dizer não para as
coisas que realmente a gente fazia por educação. Hoje em dia, eu mudei bastante.

Você é exemplo porque não apenas venceu a Covid-19 três vezes, como também transformou um cenário “tenso” em novo negócio. Isso é uma forma de ressignificar?
Eu acho que a gente aprende, cresce com cada experiência difícil, com cada complicação que se enfrenta na vida. A gente tem dois caminhos a seguir:
se vitimizar ou utilizar o que aconteceu para se tornar um ser humano melhor, ter novas ideias, crescer… Eu já vivi situações em que eu me vitimizei e situações que
não. Eu acho que isso vem com a maturidade. Acho que foi o que aconteceu.

O que faz para manter sua saúde mental?
O mundo de hoje é muito difícil. Tem tanta informação disponível, tanta violência, tanto ódio. Mas também, por outro lado, tem muito amor, muita espiritualidade.
Eu procuro filtrar as coisas que eu vejo na televisão, nos filmes e, claro, policiar as minhas atitudes. Agora que estou com boas condições físicas, vou retomar
o esporte, que, para mim, é uma das melhores coisas no mundo. Faz bem para o corpo, para a mente, para o sangue. A meditação é maravilhosa também. Eu
medito, rezo e dedico o meu tempo para o que vale a pena. Mesmo fazendo tudo isso, ainda é difícil manter o equilíbrio.

Como está a sua saúde hoje? Tem algum cuidado que precisa tomar direto?
Eu não posso reclamar. A gente sempre pode melhorar em tudo na vida, inclusive a saúde. Mas melhorar tem sido uma crescente e, há dois anos e meio, estou na
minha melhor fase. Dei alguns passos para trás, para dar outros para frente, e agora eu estou no momento em que eu já estou sem dor comparado ao que eu tinha.
É claro que ainda tenho algumas dores, mas estou caminhando normalmente, voltarei a praticar esportes em breve – de maneira geral, com muito cuidado. Não
poderei fazer esportes radicais que eu sempre gostei, pois preciso tomar cuidado com esportes de impacto, mas estou muito grato e muito feliz. A minha saúde
está bem!

Como cuida do seu equilíbrio? Como é sua rotina?
Salvo as férias das crianças, eu gosto de hábitos, de regras. Então, gosto de acordar cedo, e aí eu tenho todas as minhas manias. Acordar cedo, rezar, meditar,
organizar o dia, levar as crianças à escola, voltar para trabalhar, fazer uma prática, fazer fisioterapia, voltar para trabalhar, aí depois, novamente, fazer algum
esporte, pegar as crianças na escola, reuniões, enfim. A minha rotina é bastante puxada e, como eu falei, eu não gosto de deixar nada para depois, para o dia
seguinte. Então, tem dias que são mais complicados, mas eu gosto de ser muito ativo. Então, não tenho como reclamar.

Quais são as dicas para ser um empreendedor de sucesso?
Primeiro, é preciso ter experiência. No decorrer dessa experiência, você erra mais do que acerta. Você aprende muito mais com os erros do que com os acertos. Em segundo lugar, qualquer coisa que eu venha a fazer, eu procuro alguém que saiba mais do que eu sobre o assunto. Então, busco me cercar de gente mais competente, mais forte, para que eu consiga aprender mais e aumentar meu network. Acho que esse é um grande truque. E você tem que estar ligado a tudo que acontece ao redor. Com a facilidade da internet, você tem que estar pesquisando um monte de coisas, saber o que é fake e o que não é, ver o mercado em que você está trabalhando. Você tem que estar ligado em muitas coisas. Não é simples, mas isso é o básico.

Em algum momento a fama lhe atrapalhou?
Não, acho bobagem isso. Muito pelo contrário, abriu muitas portas. Claro que existem questionamentos, como: “Mas ele é ator, o que você está fazendo aqui?”.
Já aconteceu de estar em algumas negociações mais complexas, de as pessoas falarem isso – ou pelo menos pensarem isso –; você vê pelo olhar. Mas eu não ligo,
não. Eu acho que tem mais aspectos positivos do que negativos.

Na sua opinião, a pandemia impulsionou o mercado de vendas on-line e ajudou seu negócio? Como é isso?
Sem dúvidas, a pandemia impulsionou o mercado de vendas on-line, pois éramos proibidos de sair, ficávamos ociosos. Tudo passou a ser on-line, principalmente as reuniões. O tempo que perdíamos no deslocamento, hoje, está sendo mais aproveitado. Eu mesmo não tinha a cultura de comprar tanto pela internet, só o que não encontrava, e hoje isso mudou muito.

Você é feliz hoje fora das telas e atuando mais como empresário? Sente falta de gravar?
Sinto, sinto muito. Mas eu não tinha condições físicas nem emocionais para fazer. Eu volto ainda este ano para o teatro, e ano que vem, para o cinema e a TV.

Quais são seus sonhos pessoal e profissional?
Hoje, meu sonho, tanto pessoal quanto profissional, é um só: longevidade e saúde. Claro que eu tenho projetos profissionais que eu quero que aconteçam,
com sucesso pessoal também, mas a gente não leva nada daqui, né? Os bens vão ficar, a conta vai ficar, tudo vai para alguém. Hoje, eu quero estar bem com
as pessoas que eu amo e bem próximos a elas. Esse é meu sonho: ter cada vez mais tempo com as pessoas que eu amo.

Você sempre foi engajado em causas sociais. Sua empresa participa de algo do topo?
Não só eu, mas todas as pessoas envolvidas no Sua Compra Prime são engajadas em causas sociais. Inclusive, no ano que vem, queremos fazer algo mais
consolidado referente a esse aspecto, com os resultados do site. Estamos na missão de crescer e apoiar causas sociais. Preparem-se que vamos ter novidades!

Serviço: https://www.suacompraprime.com.br/

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