Você sabia que 7 a cada 10 brasileiros sofreu com bruxismo durante a pandemia? Os dados são de pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) e do Instituto Neurológico de Curitiba (INC), publicados na revista Brazilian Journal of Pain (BrJP). Segundo a pesquisa, 76% dos entrevistados relataram início ou piora dos sintomas no mês anterior, e todos afirmaram ter sentido nervosismo e estresse no período de isolamento. Entre os participantes, 85% relataram apertamento diurno, 57% ranger dos dentes e 71% disseram ter ambos os principais sintomas.
“O bruxismo está intimamente ligado à ansiedade e ao nervosismo do dia a dia, funcionando como uma válvula de escape para nossas preocupações, principalmente à noite, quando friccionar os dentes ou travar a mandíbula é algo que fazemos quase sem perceber”, explica o Dr. Gabriel Campolongo, mestre em cirurgia bucomaxilofacial e especialista em tratamento de disfunção da ATM. Os sintomas podem variar, mas geralmente são perceptíveis a médio e longo prazo.
“Podemos perceber o bruxismo através de alguns sinais e sintomas, sendo que os principais são dor generalizada nos dentes (causada pelo excessivo apertamento), dor de cabeça, dor ao mastigar, zumbido ou tamponamento no ouvido, dificuldade de abrir a boca devido ao cansaço nos músculos do rosto, e barulho e dor ao realizar esse movimento”, detalha Campolongo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% das pessoas têm essa condição. Então, como saber se você não está nessa estimativa? “É necessário fazer um exame clínico para verificar os movimentos da abertura bucal e identificar se existe uma hipertrofia dos músculos da face. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames de imagem, como a Ressonância Magnética da ATM, por exemplo”.