Das tendências à tecnologia, o que mudou com o tempo
Foi-se o tempo em que a lingerie era apenas a “roupa de baixo”. Hoje, a lingerie tornou-se um desejo de uso, de liberdade, de escolha. Não é mais vista como uma obrigação já que nos sentimos satisfeitas quando encontramos o sutiã ou a calcinha que nos agrada. Melhor ainda se a peça representar seu estilo, empoderamento e independência de escolha, independente da marca ou do que o que cabe em nosso orçamento. “Usar roupa íntima, hoje em dia, é igual à sensação de estar conversando horas com sua amiga. Quando escolhemos o conjunto certo é prazeroso, não incomoda, não irrita, não atrapalha e, atualmente, as lingeries estão mais que democráticas: tem para todos os gostos, todos os shapes, modelos variados, cores diversificadas, estampas grandes, pequenas ou médias. Tem para todos os estilos e o principal: é universal. Em qualquer parte do mundo tem uma loja de lingerie e, engana-se quem pensa que são relíquias entulhadas no estoque. São peças atuais que atendem a todos os tipos de estilos e tamanhos”, defende Aletta Barreto é consultora de Estilo, Imagem e Lingerie.
Podemos dizer que tudo se transformou. A lingerie serve como roupa íntima que não aperta, não incomoda, não oprime. Pelo contrário. Aliás, se as mulheres da Roma antiga imaginassem que um dia pudessem usar a “roupa de baixo” com liberdade de escolha, liberdade de movimentos, de qualquer cor e com variadas possibilidades de modelos, sem estar apertando e muito menos padronizada; talvez a evolução do sutiã não teria sido tão traumática, passando pelo espartilho feito com ossos de baleia, corsetes que “estrangulavam” as costelas e, muito menos com as crinolinas gigantescas e rodadas com até 3 metros de diâmetro. As mulheres iam se sentir mais felizes com seu próprio e não teria tanta rebeldia quanto ao uso do sutiã. Atualmente, a lingerie trabalha para nós e não o contrário. “A busca pelo simples, pelo prático, pelo adaptável e pelo natural, foi se readaptando e sendo almejado para um cotidiano mais leve. E estas vontades e sensações interferiram, diretamente, na escolha da calcinha, do top, do pijama, do body, do sutiã. A pergunta mais frequente é: Porque vou usar esta peça que me machuca? Que me incomoda? Que eu não gosto? Não, obrigada”, opina a especialista.
E você deve se perguntar: porque tanta importância para a lingerie? A primeira peça que toca nosso corpo é a roupa íntima e nada mais produtiva, agradável e satisfatória sentir conforto com o toque na pele. Por isso, a lingerie 2021 é a peça que conecta com o íntimo, que não restringe a linguagem corporal e muito menos os movimentos. E para esta conexão positiva com a silhueta, as marcas de lingeries apostam em modelagens acolhedoras com tecidos orgânicos e sustentáveis, para trazer conexão com a natureza, com o real, com o calmo.
Aletta Barreto, consultora e especialista em lingerie aponta abaixo algumas mudanças significativas com relação à roupa íntima:
– O bom e velho sutiã: ele vem com modelagem mais descontraída, sem aro e sem bojo. E aí logo vem a dúvida: mas como vou usar um sutiã sem bojo? Ele vai proporcionar sustentação? “Tem anos que só uso assim, o bojo não é para sustentar o sutiã no corpo; uma das suas funções é somente acomodar os seios. A sustentação é garantida pela lateral da peça. Quanto mais larga, melhor”, ensina Aletta. Tem dois modelos de sutiãs que estão sendo muito procurados nesta “nova estrutura”: o sutiã Bralette – modelo sem bojo, sem aro e com nenhuma estrutura rígida ao toque na pele e, o sutiã Balconet – modelo com bojo, com aro mas com alças mais separadas, que trazem feminilidade e sensualidade com a valorização do colo.
– A quantidade de tecido para cada peça: sutiãs, calcinhas e bodies apresentam duplo tecido, para o corpo se sentir seguro com a peça, se sentir acomodado. Além disso, tivemos mudanças nos tipos de tecido. Fibras naturais sempre são bem vindas. E, os tecidos eco-friendly, leia-se tecidos sustentáveis, são feitos de algodão orgânico, linho, cânhamo e seda. O algodão orgânico, o cânhamo, o linho e o modal são exemplos de que a indústria está preocupada em preservar a saúde verde do país e colaborar com a beleza feminina com peças naturais e sustentáveis. É a conexão da lingerie com o meio ambiente e com o corpo. É a sensação de ficar à vontade. É o conforto sensorial de toque: o toque macio que propicia bem estar.
– Com relação às calcinhas, os modelos de cava alta (até o umbigo) ou média alta (até dois dedos abaixo do umbigo) estão sendo mais bem aceitos para o guarda-roupa feminino. “E logo vem o PRÉ – CONCEITO com a peça: Mas não é aquela famosa calcinha “da vovó”? Aquela peça alta, feia, sem feminilidade? A resposta é: SIM e NÃO. Tem, sim, os modelos “vovó”, modelos estes confeccionados para atender um determinado público, que gosta de costuras, que se sente bem com tecido mais encorpado, com lycra e bem mais básica; mas tem, também, os modelos cava alta super sensuais, atrativos e que não deixam em nada a mulher se sentindo feia, desengonçada e desmotivada”, ensina. Modelos feitos sem costura, com rendas, de cetim e da tradicional microfibra. E pasmem: tem calcinhas “da vovó” que são feitas para o dia do casamento – para o conforto da noiva, pois ninguém merece aquela “reboladinha” para desenfiar a calcinha no meio da cerimônia, não é?
Por fim, a lingerie nunca deixará de fazer parte da rotina da mulher. Sempre tem alguém usando alguma “roupa de baixo”, por cima, sempre tem alguém que vira notícia porque escolheu a roupa íntima de maneira errada, enfim… acertando ou errando, o que vale ressaltar é que as peças evoluem, assim como quem as usa, quase que diariamente. E que bom que isso acontece!