Por Renata Rode
Se paramos para pensar, o erro nos faz evoluir. Dessa forma, a vida parece fácil, mas não é. Na prática a coisa é outra, porque carregamos conosco não só os nossos erros, como também os erros de outras gerações. Todos nós carregamos marcas de erros dos nossos pais no passado, porque tudo o que passamos na infância um dia vem à tona, e o grande pulo do gato está em quebrar paradigmas.
Vou explicar: ouvi recentemente o relato de uma pessoa que é pai de um menino com pouco menos de um ano. Ele me disse que, quando a esposa engravidou, rezava para que o filho viesse menina, porque carregava com ele traumas de uma relação tóxica com o pai. “Aí Deus me disse assim: será menino porque é olhando para essa relação e vivenciando outra que você vai curar esse trauma e vai evoluir.”
Veja, o estrago foi tão grande que ele orava para que não tivesse gatilhos do passado com o pai. E a vida ensinou que aqui erramos e precisamos corrigir, mesmo que o erro não tenha sido nosso. No caso dele, ser pai de um menino com todo o amor que ele pode e vai carregar vai fazer com que ele quebre um padrão de gerações.
Você já deve ter ouvido histórias de famílias que o pai era alcóolatra e o filho também é, por exemplo. Nesse caso, quando existe a repetição de padrão, não há evolução, ou seja, as pessoas persistem no erro e não buscam ressignificar aquilo. É o chamado carma, que alguns dizem carregar por anos, mas você já parou pra pensar que é possível mudar isso?
A partir do momento em que você decide mudar, ressignifica e busca transformação mesmo com dor, é fincada ali uma semente de algo novo, que modifica o padrão anterior e quebra a linha de antes, fazendo com que haja a evolução.
Sendo assim, mesmo que o erro não tenha sido seu, como no caso de antes, o fato de enxergar que é preciso trabalhar esse sentimento e curar a ferida só nos leva a um resultado: sucesso. Esse pai vai fazer diferente e quebrar o paradigma que, se puxarmos pela ancestralidade, deve acompanhar gerações da mesma família, esperando que, um dia, alguém enxergue o erro do outro, como uma oportunidade para fazer o bem. Pense nisso.
Então, quando o erro traumatiza e dói, mas mesmo assim a gente resolve seguir e resolver, é sinal de que estamos mais acertando do que errando e que ainda há esperança na humanidade, que segue acreditando na força e no desenvolvimento, em todos os sentidos. E que assim seja sempre, ou pelo menos na maioria dos nossos dias. Amém?