Médica e mestre em Saúde da Família fala como seu conhecimento transmuta vidas e pessoas através da atuação em palestras, mentorias e livros
Ela é especialista em Ginecologia e Obstetrícia; pós graduada em Endocrinologia e em Nutrologia; entusiasta das práticas de Medicina Ortomolecular e medicina do Estilo de Vida e ainda exerce as funções como docente, pesquisadora, escritora, palestrante e mentora. Para Juçara Cezario da Silva, o dia tem muito mais que vinte e quatro horas e a mestre em saúde e médica deixa claro que não veio ao mundo a passeio. Em uma entrevista exclusiva à Infomente, a especialista falou sobre carreira, valores e conquistas.
Que lição de vida você daria para alguém que te admira ou se espelha em você?
Que muitas vezes o caminho a ser percorrido, até que consigamos atingir os nossos ideais, possa ser comparado a um terreno íngreme, ou seja pode apresentar um significativo declive, que torna difícil a sua escalada. Mas objetivos claros com metas elaboradas assertivamente, cercados de estratégias palpáveis, podem fazer com que alcancemos o ápice da caminhada com impressionante maestria. Na minha história foi necessário que eu fosse muito resiliente, a fim de vencer obstáculos como a vulnerabilidade socioeconômica e as questões étnico-raciais. Foram momentos difíceis, que serviram de impulsos para que rompesse barreiras e ensaiasse saltos mais ousados, e assim o fiz até me tornar médica.
Você se imaginou chegando no patamar que está na sua carreira?
Não imaginei, mas sempre desejei que os meus sonhos profissionais viessem a se materializar. Quando faço uma retrospectiva do caminho já percorrido, me sinto grata por ter chegado onde cheguei. Algumas vezes desacreditei que seria possível, mas nunca desisti de dar vida aos meus sonhos.
O que fez diferença em questões de valores que aprendeu na infância por exemplo, que aplica até hoje inclusive no mundo corporativo?
O respeito em consideração aos sentimentos do próximo e a empatia, onde sempre busquei realizar a “troca de cadeira” com o outro e a partir daí, respeitar e entender suas atitudes frente às demandas criadas pela vida.
O que você pode apresentar sobre inovação?
Na minha área de atuação, que é a assistência à saúde da mulher do século XXI, busco oferecer um olhar humanizado, atualizado e centrado na mulher como um todo, de forma holística, e não somente na doença. Busco entender as especificidades de cada uma através da sua narrativa, para, a partir daí, torná-la ativa, para que, juntas, possamos atuar no processo de planejamento e construção de um programa terapêutico-assistencial personalizado, ou seja voltado para as suas reais necessidades. Em consultório, incentivo essas mulheres a deixarem de serem passivas (aceitando as “ordens” médicas tradicionais) e faço com que elas se tornem protagonistas da sua história.
Com base na sua experiência, o que você gostaria de destacar além das respostas aqui de cada pergunta, que seja relevante para essa entrevista?
A necessidade da atualização médica continuamente, a fim de adequarmos a assistência às necessidades humanas atuais. No caso da saúde da mulher, é preciso levar em consideração a contemporaneidade feminina, os benefícios e prejuízos que o mundo moderno trouxe para a mulher, com os seus impactos positivos e negativos sobre sua saúde.
Que legado você quer deixar?
Quero deixar para os futuros ginecologistas a reflexão da importância de que cada mulher é única, e devem ter suas especificidades sempre respeitadas. Ao cuidar de uma mulher devem lembrar do seu papel na sociedade, ou seja, entender que possuem uma pluralidade de ações que fazem da sua vida um bem significativamente valioso, devendo pois, ser muito bem assistida e valorizada.