Por Odamir Meira Jr.
Você sabia que o suicídio é um problema de saúde pública? A escala deste problema é tão grande que causa mais mortes do que o VIH em todo o mundo. Infelizmente, a maioria das pessoas que têm pensamentos suicidas não procuram ajuda. A boa notícia é que a situação pode ser superada quando identificamos os sinais e as causas desta doença. Todos os anos, 800. 000 pessoas cometem suicídio em todo o mundo. No Brasil, ocorrem mais de 11 mil suicídios por ano, ou 32 pessoas se suicidam por dia.
É importante ressaltar que o comportamento suicida está relacionado, entre outras coisas, a fatores genéticos, psicológicos, sociais e culturais. Abaixo listamos os principais sinais que indicam a presença desse mal invisível entre nós. Se você suspeita que alguém está pensando em suicídio, é importante procurar ajuda de um profissional médico, de preferência um psiquiatra, para uma avaliação. Identificar a causa é fundamental para iniciar o tratamento mais adequado, que pode incluir psicoterapia e uso de antidepressivos. Pessoas suicidas tendem a pensar muito na morte e não ver razão ou sentido na vida, têm um discurso pessimista e não falam sobre o futuro, nem imaginam ter um. Essas pessoas tendem a se sentir inseguras e com baixa autoestima. Isolam-se, não se sentem compreendidos, sentem um forte sentimento de culpa e muitas vezes consideram a sua existência inútil e repugnante. Eles costumam se machucar por meio de mutilação e podem falar em tom de desprezo.
Possíveis causas
As principais causas de suicídio são:
Depressão
A depressão, quando grave e não tratada, pode levar ao suicídio porque pode causar fortes sentimento de culpa, inutilidade e tristeza. Nestes casos, a sensação de que o problema não tem solução pode gerar pensamentos suicidas, como se fosse a única forma de acabar com o sofrimento.
O que posso fazer: É importante contar com o apoio de um psicólogo, psiquiatra ou grupos de apoio, para poder tratar a depressão e assim promover a qualidade de vida da pessoa. Em alguns casos, o psiquiatra pode recomendar o uso de certos medicamentos para depressão.
Problemas amorosos ou familiares
Problemas familiares, como a perda dos pais e discussões frequentes, a incapacidade de expressar emoções e o desconhecimento do amor ou da compreensão nos relacionamentos, podem fazer com que algumas pessoas experimentem uma forte ansiedade e reações impulsivas podem levar ao suicídio.
O que posso fazer: encontrar tempo para conversar calmamente e criar um ambiente equilibrado em casa ou em um relacionamento amoroso pode ajudar a pessoa a se sentir melhor. Além disso, passar por psicoterapia pode ser útil para aprender como lidar melhor com os problemas.
Uso de drogas ou alcoolismo
O alcoolismo e o uso de drogas ilegais, como cocaína e maconha, podem levar ao suicídio, afetando o julgamento e o comportamento de uma pessoa. Além disso, essas substâncias tendem a ser utilizadas com a intenção de “esquecer” problemas e sentimentos como ansiedade ou frustração.
O que posso fazer: É importante evitar o consumo excessivo de álcool e o uso de drogas ilícitas. Além disso, caso haja suspeita de dependência, é recomendado procurar ajuda de um psiquiatra ou do Centro de Acolhimento Psicossocial – CAPS, podendo ser indicado o uso de medicamentos e psicoterapia.
Bullying
O bullying ocorre quando uma pessoa é deliberadamente e repetidamente assediada ou intimidada por palavras, mensagens e atitudes e pode causar sofrimento emocional grave, levando ao suicídio em alguns casos.
O que posso fazer: Por se tratar de uma situação comum nas escolas, é importante informar a escola sobre o bullying para adotar estratégias de prevenção dessa prática. Além disso, é importante consultar um psiquiatra para uma avaliação, e fazer acompanhamento com psicólogo e, quando indicado, pode ser recomendado tratamento para outras doenças como ansiedade e depressão.
Traumas emocionais
Traumas emocionais decorrentes de situações estressantes intensas, como violência física ou acidentes, podem levar ao suicídio nos casos mais graves. Nesse caso, a pessoa pode se sentir culpada, estressada e ansiosa ao lembrar dos acontecimentos que causaram o trauma e pode não conseguir enfrentar a dor que sente.
O que posso fazer: A avaliação por um psiquiatra é importante caso haja suspeita de trauma emocional, podendo ser indicado acompanhamento com psicólogo e uso de medicamentos antidepressivos. Além disso, frequentar grupos de apoio e ouvir histórias de outras pessoas que passaram pela mesma situação também pode ajudá-lo a processar o trauma emocional.
Diagnóstico de doenças
O diagnóstico de doenças graves, como o câncer e o HIV, pode causar sintomas como tristeza e ansiedade, e quando há dificuldade para enfrentar essa realidade, o sofrimento pode ser intenso e levar ao suicídio em algumas pessoas.
O que posso fazer: O apoio da família e dos amigos é importante quando se diagnostica uma doença grave. Além disso, caso persistam sintomas como tristeza ou ansiedade, é importante consultar um psiquiatra para uma avaliação. Nestes casos, pode ser indicado o acompanhamento com psicólogo e o uso de medicamentos antidepressivos.
Síndrome de Burnout
A síndrome de Burnout é o estresse excessivo causado pelo trabalho, que pode causar sintomas como sensação de fracasso e exaustão emocional, podendo levar ao suicídio nos casos mais graves. Normalmente, o esgotamento ocorre devido ao excesso de horas de trabalho e à dificuldade de conciliar trabalho e vida pessoal, por exemplo.
O que posso fazer: É importante evitar horas extras excessivas e buscar alternativas para diminuir a dificuldade e evitar o estresse no trabalho, como a reorganização das atividades diárias e da atividade física e o autocuidado para melhor promover sua qualidade de vida. Caso haja suspeita de síndrome de burnout, é importante consultar um psiquiatra para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado. Geralmente é recomendada a consulta com um psicólogo para discutir problemas e descobrir maneiras de lidar com as dificuldades.
Esquizofrenia
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico que causa sintomas como alucinações, delírios e confusão mental e, se não for tratado adequadamente, pode levar uma pessoa ao suicídio em casos graves.
O que posso fazer: Se você suspeitar de esquizofrenia, é importante procurar ajuda de familiares, amigos ou profissionais médicos até consultar um psiquiatra para confirmar o diagnóstico. Quando indicado, o tratamento pode incluir medicação antipsicótica e acompanhamento de psicólogo.
Como prevenir
Para prevenir o suicídio é importante:
- Identificar sinais de que a pessoa está pensando em suicídio, como mudanças bruscas de comportamento e uso de expressões como “não aguento mais”, “prefiro estar morto” ou “outros poderiam estar”. mais feliz sem mim”;
• Procure a ajuda de um profissional de saúde, como psicólogo ou psiquiatra, para avaliar os sinais e sintomas apresentados pela pessoa e indicar o tratamento mais adequado;
• Mantenha contato com familiares e amigos pode fortalecer relacionamentos, aumentando as percepções de apoio e melhoria;
• Tratar corretamente doenças como depressão e esquizofrenia.
Restaurar a vontade de viver, incentivar sonhos e atividades que as pessoas antes desfrutavam pode representar um reforço positivo muito necessário nestes tempos, bem como um lembrete de que a pessoa não está sozinha e terá o apoio de que necessita.
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