Geovana Donella: “O trabalho não é sem querer, é de propósito!”
Naquele instante, eu entendi que quanto mais planejava e entendia os aspectos daquele trabalho, mas poderia entregá-lo com perfeição. Percebi que o tamanho do meu cargo não diminuiria o tamanho do sucesso do meu trabalho; e que a disciplina seria fundamental para um ótimo resultado. Que aprendizado eu extraí dessa pequena e simples experiência! Levei-o comigo e transformei-o em uma marca registrada, que aplico em todos os projetos e tarefas que realizo.
Ana Silvia Matte: “Crescendo na zona de desconforto”
Vale buscar engajamento em pautas nas quais você quer ser militante – no meu caso, diversidade, equidade e inclusão – e se associar a grupos de afinidade, apoiando e praticando a sororidade entre colegas de jornada, integrando comissões temáticas pro bono em Organizações Não Governamentais (ONGs) e entidades sem fins lucrativos. Outra dica é atuar na mentoria de jovens pertencentes a grupos diversos – etnia, orientação sexual ou oriundos de comunidades onde o poder público não faz o seu papel. Essas atividades, por si só, costumam ser as que dão mais satisfação e oportunidade para evoluir como pessoa. Trata-se, talvez, como ponto de partida, de pôr em prática o que o nosso saudoso poeta Gonzaguinha cantou: “A beleza de ser um eterno aprendiz”.
Cátia Tokoro: “Trabalhando em algo que motive, faça o coração bater mais forte e desafie”
Os conselhos seguintes foram em empresas de capital aberto e listadas, em indústrias diversas. Em todos, fui eleita como conselheira independente. Mas, a despeito desta classificação, todos os conselheiros devem ter postura independente na sua atuação, zelando pelos melhores interesses da companhia em que servem neste colegiado. E reforço aqui a importância da educação continuada, ampliada e diversa. Conhecer a companhia, entender o mercado e concorrentes (os óbvios e os nem tanto), ser diligente, supervisionar os resultados, monitorar os riscos, maximizar as oportunidades, ter visão estratégica, contribuindo sempre através de boas práticas de governança (transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa).
Cláudia Cohn: “Caminhos da vida e da sobrevivência”
- Tenha amor pela vida e pelas pessoas, e, se ele vier acompanhado de paixão, melhor ainda, pois quando fazemos as coisas apaixonados a experiência melhora sempre;
- Desenhe seu futuro com planejamento, preparo, e deixe também que a flexibilidade faça parte de sua trajetória;
- A escuta ativa é uma das ferramentas mais poderosas de transformação. Quando acompanhada de atitude propositiva, gera uma alteração transformacional sem precedentes e com engajamento dos envolvidos.
- Pensar nos outros não é mais uma prerrogativa de quem faz o bem. Deve ser sim a base do respeito ao meio ambiente, à diversidade de ideias, e da equidade para que tenhamos um mundo melhor para nós e para deixarmos aos próximos.
Graciema Bertoletti: “Subir nos ombros de gigantes”
Conselheiros de uma empresa são grandes maestros, dando o tom e orquestrando a disciplina da governança, a organização da estratégia bem definida e o propósito que permeia as ações sociais e de sustentabilidade de uma empresa. Conhecer a dinâmica na qual o setor está inserido é fundamental, conhecer finanças é fundamental, conhecer princípios de governança é fundamental. Além desses pilares, é necessário ter uma escuta ativa e uma mente aberta para inovações e mudança. Meu objetivo nessa próxima etapa é, em paralelo a minha carreira executiva, continuar contribuindo diligentemente nos Conselhos em que atuo e nas próximas oportunidades que apareçam para tornar a Governança Corporativa das empresas diversa e efetiva.
Stania Moraes: “Resiliência feminina”
Como agir em uma situação em que sendo a única mulher do grupo você não for ouvida e não tiver a atenção das pessoas nem durante a sua apresentação? Como agir quando você recebe uma informação muito bonita, muito bem elaborada, em que tudo parece perfeito? Seja investigativa, use o seu instinto de mulher e busque descobrir as meias-verdades que não são ditas. Investigue tudo que lhe for apresentado em uma reunião de conselho com uma visão com foco apenas positivo, argumente sempre, faça as perguntas corretas até se esgotarem todas as possibilidades e ter a visão completa do assunto apresentado. Geralmente ganhamos muito mais quando ouvimos todos os lados, convidando todos a compartilharem os seus conhecimentos. Acredito que no coletivo sempre temos ganhos maiores. Traga as pessoas para perto de você para que seja informada com toda a transparência que se faz necessária ao negócio. Também siga a dica da Amy Cuddy, pesquisadora em Harvard, e não se mostre muito competente logo de cara. Mostre-se confiável, sobretudo. As pessoas têm medo de que pessoas muito competentes puxem seus tapetes e se fecham. Mostrando-se confiável durante as reuniões de conselho você irá naturalmente criar aliados e não competidores na carreira de conselheira.
Trechos retirados do livro “Mulheres no Conselho”, Editora Leader